A Brazuca foi apresentada na última terça-feira como bola da Copa de 2014. Comparações entre suas antecessoras mostram o quanto mudou o modo de se fazer nos últimos 84 anos| Foto: Stringer / Reuters
As bolas dos primeiros Mundiais (T e Tiento em 1930, Federale 102 em 1934 e Allen em 1934) eram muito semelhantes entre si: de couro, tinham 12 gomos e uma costura externa, onde ficava o bico para ser cheia
A Superball Duplo T, da Copa de 1950, no Brasil, foi considerada revolucionária: foi a primeira a ter uma câmara como as bolas modernas. Isso fez com que não precisasse de costura externa na área do bico. Além disso, tinha costuras arredondadas, que diminuiam a chance de furar por tensão
A Swiss WC Match Ball, de 1954, inaugurou as bolas com padronização rígida da Fifa. Com 18 gomos, foi seguida por várias bolas até 1966
A Top Star, da Copa de 1958 na Suécia, foi escolhida após teste com quase 100 modelos. Também com 18 gomos, tinha uma costura em zigue-zague que fazia com que fosse mais resistente
A Mr. Crack da Copa de 1962, no Chile, não seguia o padrão europeu. Nas chuvas, absorvia muita água e no sol descascava com facilidade
A Challenge 4-Star foi usada na Copa de 1966, na Inglaterra. Com 24 gomos, tinha painéis alongados como as bolas de vôlei
A Telstar (México-70) e a Telstar Durlast (Alemanha-74) foram as primeiras da parceria entre a Fifa e a Adidas. Com 32 gomos (12 pentágonos e 20 hexágonos) foi a primeira a ser em preto e branco, diferente das anteriores, com cor de couro natural. O design delas favorecia a visualização nas tevês em preto e branco
A Tango (Argentina-78) e a Tango España (Espanha-82) foram as últimas bolas de Copa do Mundo feitas de couro natural. Tinham os mesmos 32 gomos da linha Telstar, mas os desenhos criavam a imagem de 12 círculos. A versão de 1982 foi a primeira resistente à água, com um revestimento de poliuretano e borracha. A Azteca (México-86), feita com design parecido, foi a primeira bola sintética de uma Copa do Mundo
A Etrusco Unido, usada na Itália, em 1990, seguia o mesmo conceito de design das anteriores, mas tinha uma camada interna de espuma de poluiretano para ser mais leve e resistente e uma de neoprene para ser impermeável
A Questra, usada na Copa dos Estados Unidos, 1994, usava tecnologia semelhante a sua antecessora, mas era ligeiramente mais rápida em chutes de média e longa distância
A Tricolore, da Copa de 1998, na França, foi a primeira bola colorida da história das Copas, contendo as cores da França: o vermelho, o azul e o branco
A Fevernova, da Copa de 2002, realizada na Coreia do Sul e do Japão, tinha um design predominantemente branco com um triângulo cinza, dourado e vermelho que se assemelhava a uma shuriken, uma arma de arremesso ninja em forma de estrela
A Teamgeist, usada na Copa de 2006, na Alemanha, tinha 14 gomos. Pela primeira vez, uma bola de Copa foi personalizada com informações do jogo em que foi utilizada. Esta imagem é da Teamgeist Berlin, usada na final entre Itália e França e que possuía interior do desenho dourado ao invés de branco
A Jabulani, da Copa de 2010, na África do Sul, tinha oito gomos termossoldados. Tinha 11 cores representando as 11 línguas do país. Ficou conhecida pelos desvios imprevisíveis de trajetória que, aliados a vários jogos disputados na altitude, foram o terror de goleiros e atacantes
A Brazuca tem 32 gomos fundidos termicamente. Os seus desenhos e cores representam as fitas do Senhor do Bonfim, na Bahia, e o Rio Amazonas, cuja bacia se estende por boa parte do Norte e Centro-Oeste do Brasil, além de parte de países como Colômbia, Equador, Peru e Bolívia

Se forem colocadas lado a lado, a Bola T , da Copa de 1930, e a Brazuca , que será usada em 2014, terão como semelhança apenas o formato redondo. Cores, materiais, comportamento quando molhadas e até o modo de encher de ar as bolas dos Mundiais mudaram muito nestes 84 anos que separam o primeiro Mundial, no Uruguai, e o que será disputado no próximo ano, no Brasil.

CARREGANDO :)

Neste caminho, as bolas foram evoluindo, passando a contar com elementos tecnológicos e com a impermeabilidade. O ex-jogador Pepe, ídolo do Santos e bicampeão mundial com a seleção brasileira em 1958 e 1962, sempre contou que, no seu tempo de atleta, o bom chutador era o que batia forte, pois as bolas, em jogos chuvosos, absorviam tanta água que chegavam a ficar pesando 1 quilo ou mais, o que alterava a trajetória em direção ao gol, causando pânicos aos goleiros.

A regra da Fifa exige que as bolas comecem uma partida pesando entre 420 e 425 gramas. Algo que é mantido do apito inicial ao final do árbitro atualmente, graças à tecnologia sintética atualmente que as mantêm com o fechamento hermético.

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As bolas das Copas