O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge afirmou ontem que, apesar de todos os mecanismos de controle e fiscalização dos recursos federais destinados às obras da Copa do Mundo de 2014, "é impossível dizer que não haverá superfaturamento em algumas delas". O próprio TCU já tem dois sistemas de acompanhamento e fiscalização: um só para as obras da Copa do Mundo e outra para os demais projetos federais. As informações são da Agência Brasil.
Ele participou, no Senado, do lançamento do Portal da Transparência para os projetos da Copa, feito em parceria com o TCU. A partir desse portal, o cidadão terá mais um instrumento para acompanhar a destinação dos recursos para as obras em suas cidades. "Quanto mais portais de transparência tiver, melhor", disse José Jorge sobre a iniciativa do Senado.
O ministro do TCU também comentou a aprovação, pelo Congresso, do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para as obras da Copa do Mundo. Segundo ele, essa nova lei estabelece o sigilo nas licitações para determinados projetos com o objetivo de evitar que empresas concorrentes saibam do preço que a outra apresentou na licitação.
José Jorge reconheceu, entretanto, que a iniciativa não evita a pré-combinação de preços entre as empreiteiras concorrentes. "Existe um preço básico, mas é uma coisa que não evita a pré-combinação", disse o ministro. Além disso, os dados colhidos durante a execução só serão analisados no fim da obra.
O ministro dos Esportes, Orlando Silva, destacou que superfaturamento é um ato criminoso. "[Isso] é um crime neste país e, se alguém souber que há superfaturamento em determinada obra, tem que denunciar. Existem instituições próprias, legais para conduzir as investigações necessárias", destacou. "Não é a lei [RDC] que é moral ou imoral, mas sim o comportamento do agente público."
O Portal de Transparência da Copa de 2014 pode ser acessado no site www.copatransparente.gov.br.
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