Um esquema ilegal de compra e venda de ingressos da Copa do Mundo, entranhado na Fifa e estendido até a seleção brasileira, foi desarticulado, ontem, em operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O grupo teria agido nas últimas quatro Copas e, segundo a polícia, poderia lucrar R$ 200 milhões somente com o Mundial do Brasil.

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Denominada "Jules Ri­­met", a operação apreendeu 130 ingressos – todos originais –, sendo 10 em nome da "Comissão Técnica da Seleção Brasileira". A operação pegou de surpresa a cúpula da Fifa e abriu uma crise interna. Fontes dentro da entidade revelaram que a polícia carioca jamais informou que estava investigando o caso.

Segundo as investigações, a margem de lucro da quadrilha variava de 200% a 1.000%. "No jogo Brasil e Camarões, eles lucraram R$ 500 mil com a venda de 22 ingressos", disse o delegado Fábio Barucke. Para a final da Copa, no dia 13 de julho, no Maracanã, planejavam obter R$ 35 mil com a venda de um só ingresso, de arquibancada. Acusado de ser o líder da quadrilha, o franco-argelino Lamine Fofana, com residência em Dubai, foi preso no apartamento de três quartos que alugou num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele andava de carro oficial da Fifa e tinha trânsito livre pelos eventos do Mundial, inclusive no hotel onde está hospedada a cúpula da entidade. Os demais foram presos no Rio (oito) e em São Paulo (dois, entre eles o suposto braço direito do franco-argelino no Brasil, Jorge Massih, que é empresário do jogador Elano).

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De acordo com a polícia, existem elementos suficientes para entender que a quadrilha tinha associação com membros da Fifa. A quadrilha conseguia os ingressos, inclusive de camarote, com a própria entidade, com delegações de seleções, comprando de torcedores e também de ONGs que recebiam gratuitamente as entradas.

Com Fofana foram apreendidos vários ingressos de camarotes da Match Hospitality, única empresa autorizada pela entidade de futebol a revender e negociar esses pacotes.