Em relatório oficial divulgado segunda-feira (14) pelo jornal Folha de S. Paulo, a Fifa aponta valores e prazos da obra da Baixada para a Copa do Mundo 2014 diferentes dos estabelecidos pelo Atlético. De acordo com a entidade, a reforma custaria US$ 131 milhões, equivalente a R$ 249,8 milhões pela cotação do dia em que o estudo foi apresentado. Montante que, com a redução de 20% em isenções de impostos projeção feita pelo Rubro-Negro alcançaria R$ 200,2 milhões, R$ 15,6 milhões acima dos R$ 184,6 milhões anunciados pelo Furacão.
Além disso, o documento produzido pela Arena consultoria especializada em estádios crava o fim da construção para junho de 2013. O Atlético, por sua vez, afirma que em 29 de março de 2013, data do aniversário de Curitiba, reinaugura a praça esportiva. Por meio da assessoria de imprensa, o Atlético declarou que cumprirá todos os prazos e orçamentos firmados anteriormente.
O relatório da Fifa aponta ainda a sede paranaense do Mundial como de risco baixo para o evento, já que o prazo para que todos os estádios fiquem prontos é 31 de dezembro de 2013.
Segundo o documento, as obras do Furacão estão 12% concluídas, à frente apenas do Beira-Rio, em Porto Alegre, que tem 4%. Os fatores apontados pela entidade como motivo de preocupação são a não adequação às exigências da Fifa e a falta de expertise do clube para conduzir a reforma.
O último receio é justificado pela opção do próprio Atlético de tocar a reforma, sem ter uma construtora ou empreiteira como intermediária. Decisão tomada com o objetivo de baixar os custos e manter a autonomia sobre as receitas do estádio após a reabertura.
Pelo documento, apenas duas praças esportivas teriam risco alto de não conclusão: Natal, para o Mundial; e Recife, para a Copa das Confederações.
Contra-ataque
O Comitê Organizador Local (COL) e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, atacaram o relatório. Na tarde de ontem, o comitê soltou uma nota à imprensa relativizando os riscos. "Este documento é destinado aos especialistas em estádios e pode ser facilmente mal interpretado se lido fora de contexto e sem conhecimento dos parâmetros e critérios de avaliação", disse a nota.
Em visita às obras da Arena Fonte Nova, em Salvador, Aldo Rebelo, foi mais incisivo, criticando o relatório com acidez. "Não é um relatório da direção da Fifa, mas de um consultor. A tradição na área de consultoria é o consultor sempre botar um defeito, um problema, porque senão ele não tem como prosseguir o seu trabalho", ironizou.