"Isso aqui não é uma rebelião. São pessoas que gostam do futebol e estão preocupadas com o rumo que ele está tomando". A declaração do representante inglês no comitê executivo da Uefa, David Gill, mostra o quão forte foram as decisões tomadas no encontro da confederação, nesta terça-feira (10), em São Paulo.
Um a um, os dirigentes deixaram o local da reunião repetindo o mesmo discurso: a Europa quer o suíço Joseph Blatter, 78, fora da presidência da Fifa.
"Penso que, com tudo que aconteceu nos últimos tempos, principalmente a suspeita de corrupção na escolha do Qatar [como sede da Copa-2022], é preciso uma mudança de imagem", afirmou a norueguesa Karen Espelund, também do comitê executivo.O sueco Lennart Johansson, ex-presidente da Uefa e tradicional opositor do suíço, foi mais enfático. "Chegou a hora de o Blatter sair", resumiu.
O mandatário da Fifa participou da reunião do órgão europeu. Blatter discursou, como em todos os outros congressos de confederações dos quais participou nos últimos dois dias e anunciou que será candidato a seu quinto mandato na eleição do próximo ano.
Mas, dessa vez, não ouviu só aplausos."Ele disse que mudou de ideia [sobre a candidatura]. Eu me levantei e falei que não era pessoal. 'Mas se você olhar a reputação da Fifa... A responsabilidade é sua.' Ele respondeu que não escolheu o Qatar, mas foi o seu comitê executivo", afirmou o presidente da federação holandesa, Michael van Praag, que contestou Blatter na reunião.
O mandatário da Uefa, Michael Platini, que não deu entrevistas na saída do evento, é o mais forte rival do suíço na eleição de 2015. Ao contrário do atual presidente, ele ainda não apresentou candidatura.A entidade europeia ainda tem esperança de barrar a participação de Blatter no pleito.
O congresso da Fifa irá votar nesta quarta um projeto apresentado pela Uefa que limita a 72 anos a idade máxima de um candidato a presidente do órgão.Caso a ementa seja aprovada, Blatter, no cargo desde 1998, será impedido de tentar mais uma reeleição.
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