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Ministro Aldo Rebelo durante visita à Arena da Baixada: rebaixamento do gramado e troca das cadeiras do estádio são algumas das exigências da Fifa | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Ministro Aldo Rebelo durante visita à Arena da Baixada: rebaixamento do gramado e troca das cadeiras do estádio são algumas das exigências da Fifa| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo
  • PESQUISA: Veja o que pensam os curitibanos sobre a Lei Geral da Copa

A população de Curitiba é contra as principais imposições da Fifa ao governo federal para a realização da Copa do Mundo de 2014, no entanto, a opinião da maioria é que as autoridades vão acabar cedendo às exigências internacionais para que o Mundial possa ser realizado. Em meio a esse cenário está a falta de informação sobre o que é a Lei Geral da Copa, considerada desconhecida por 88% dos curitibanos.

Os dados são resultado de um levantamento feito com exclusividade pela Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo. Nas ruas da capital paranaense, entraram em pauta os temas mais polêmicos relacionados à legislação específica para a Copa.

A autorização da venda de bebidas alcoólicas nos estádios – não permitida atualmente, mas exigida pela Fifa nas competições em que a entidade organiza – foi a proposta com maior índice de rejeição: 85% dos 445 entrevistados foram contra a ideia.

"A reprovação não é propriamente à venda do álcool, mas ocorre pela consequência negativa que essa comercialização pode ter, como os casos de violência entre as torcidas", analisa o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

Já os chamados ingressos sociais são vistos com bons olhos pela população curitibana. Porém, embora 86% das pessoas ouvidas seja favorável à existência de bilhetes mais baratos para estudantes, idosos, indígenas e pessoas de baixa renda, 80% acham que o preço não será acessível. De acordo com a última versão do relatório da Lei Geral da Copa, as entradas mais em conta para os jogos do Mundial devem custar em torno de R$ 45.

O assunto que mais divide opiniões é a responsabilidade da União em arcar com eventuais prejuízos ligados a desastres naturais e problemas de segurança: 57% dos entrevistados são contra essa determinação e 39% são a favor.

Por enquanto, o governo federal se propõe a indenizar a Fifa apenas em danos causados por ação ou omissão do Estado, o que não agrada à entidade internacional e gera um dos principais impasses entre os dois lados.

Após sucessivos adiamentos, a Lei Geral da Copa pode ser votada no próximo mês. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que, apesar da demora até agora, a proposta deve ser aprovada sem grandes problemas no Congresso Nacional e minimizou as polêmicas sobre até que ponto o governo deve ceder à pressão e exigências da Fifa.

"Não considero que a Fifa ou qualquer outra entidade exerça ameaça sobre a soberania do Brasil. Se isso acontecesse na organização de um Mundial em nosso país, estaríamos muito mal", afirmou. Na recente visita a Curitiba, Rebelo comentou que sedes anteriores dos Mundiais também passaram pela mesma negociação e, por isso, as respectivas leis desses países serão analisadas.

Os curitibanos mostram preocupação com o risco à soberania – 66% dos moradores são contra a preponderância da Fifa sobre a legislação brasileira. Ao mesmo tempo, uma espécie de resignação foi manifestada, já que 60% das pessoas disse acreditar que o governo brasileiro vai se render às vontades da entidade.

"A população entende que é necessário ter um espírito de negociação e uma procura pelo entendimento entre as partes, por ser um evento único, em que a Fifa é inflexível", diz o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Oliveira.

Na opinião do especialista, a porcentagem de pessoas que conhece a Lei Geral da Copa – 12% – pode ser considerada razoável. "A população em geral desconhece grande parte das leis e o assunto não tem sido muito explorado, como foi, por exemplo, a Lei da Ficha Limpa", argumenta.

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