Por causa das obras que ainda seguem em andamento, a torcida do Atlético pôde ocupar apenas os setores inferiores da nova Arena. Estádio passará por novo teste antes de ser entregue à Fifa, dia 15 de maio| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

A reabertura da Arena foi uma festa incompleta. Com a obra para a Copa do Mundo ainda em andamento, apenas três setores do novo estádio do Atlético puderam ser ocupados e testados. Mas o que mais chateou foi a falta de um gol rubro-negro no empate por 0 a 0 com o J. Malucelli, ontem à tarde. Decepção canalizada em gritos pedindo a saída do técnico Miguel Ángel Portugal ao fim do amistoso.

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A honraria de igualar-se aos atacantes Ricardo Blumenau e Lucas – a dupla que marcou pela primeira vez nas outras duas reaberturas do estádio, em 1994 e 1991 – ficou sem dono. "Todo mundo ficou ansioso para ver a rede balançar, mas não teve jeito. Que pena", comentou o torcedor José Carlos Zahdi, comerciante.

Pelo menos três jogadores do Furacão estiveram próximos de entrar para a história. Ainda no começo, Adriano furou feio dentro da área. Depois, Éderson viu a bola com destino certeiro ser desviada. E na etapa final, Marcelo arrancou livre e chutou por cima.

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Já com os titulares fora do jogo, quem mais se aproximou de realizar o feito foi Gustavo Marmentini, cria da base do Rubro-Negro. Desconhecido de todos, o atacante cascavelense ganhou a torcida com o ímpeto exibido pela esquerda e passou a ouvir a torcida gritar "onze", número da sua camisa.

Enquanto isso, todo ataque dos convidados causava aflição geral. "Imagine se o Jotinha marca o primeiro gol da Arena? Seria um mico", declarou Antônio Zanneti, securitário. O confronto foi equilibrado, mas o time do Barigui teve menos oportunidades de gol.

Ao final do duelo, restou o gostinho de estrear a casa nova. "Já tive a felicidade de jogar na época das categorias de formação e já muito bom. Foi a realização de um sonho", afirmou o atacante Éderson, em entrevista ao site oficial do clube.

Satisfação compartilhada pelos operários da obra. "Foi um momento único, ver o estádio que estamos construindo ser utilizado", disse o haitiano Wislet Jean, um dos 1.400 trabalhadores do canteiro da Baixada.

Concluído o primeiro teste, a sede curitibana para a Copa do Mundo volta a correr contra o tempo para ser entregue no prazo combinado com a Fifa, dia 15 de maio. Ainda há muito a ser feito e não há mais chance para atrasos, como os que provocaram o adiamento por duas vezes do evento-teste da Arena.

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Em um mês e meio, será preciso terminar as estruturas para a imprensa e transmissão de rádio e tevê, os acessos das ruas Buenos Aires e Madre Maria dos Anjos, as arquibancadas do anel superior e a iluminação artificial do gramado.

Até a data-limite o Atlético deve realizar outra partida, à noite, para testar o sistema de iluminação. "São 360 refletores instalados. De várias cores, que podem ser utilizadas de acordo com a conveniência, como verde e amarelo, no caso do Brasil, ou vermelho e preto, para o Atlético. Precisamos ver isso funcionar", prevê Mario Celso Cunha, coordenador-geral de Copa no Paraná.

Por enquanto, Cunha ficou satisfeito. "Trabalhamos desde 6 horas da manhã, com simulações das atividades de vários setores, como no caso da segurança, ao lado das polícias civil, militar e federal. Não foi nada fácil. Mas dou uma nota 9 para o primeiro teste."