Veja como está a discussão em torno do financiamento da Arena| Foto:

Entrevista

Mario Celso Petraglia, gestor da Copa no Atlético.

A gente queria entender como ficou a matemática da conclu­­são da Arena com esta carta consulta pedindo empréstimo de R$ 123 milhões ao BNDES, divulgada pelo governo fede­­ral no balanço dos mil dias para a Copa (sexta-feira passada)...

Você está mal-informado. De onde você tirou isso? Não existe nada disso.

São dados repassados pelas cidades-sede e estão no site do governo federal...

Então passaram os dados errados.

Estão errados? Ok, entendo. Mas o que a gente está ten­­tando descobrir é como ficou a divisão dos investi­­mentos. Quem paga quanto para con­­cluir a Baixada...

Não sou eu que tenho de responder. Não é o Atlético. Há um decreto do ano passado que já explicou como fica. Você está mal-informado, um ano atrasado.

Certo. Então você poderia informar qual a situação?

Procure o decreto. São sigilos bancários dos quais não posso falar.

Você não pode nem mesmo falar do empréstimo no BNDES?

Clube nenhum pode fazer em­­prés­­timo, então procure quem pode.

Mas a assessoria de imprensa do BNDES disse que não há impeditivo para um clube pedir empréstimo...

Mentiram. Que banco você consultou?

O BNDES...

Você está mal-informado.

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Obra

Desapropriação em regime de urgência

Ao mesmo tempo em que o estado ajuda o Atlético a arrecadar R$ 123 milhões emprestados do BNDES para finalizar a Arena, a prefeitura também contribui para dar início à obra. De acordo com o secretário municipal para assuntos da Copa, Luiz de Carvalho, a desapropriação dos terrenos ao redor da Baixada está sendo tratada com regime de urgência pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curiti­­ba (Ippuc). "Os proprietários se­­rão notificados nesta semana", garantiu. "O processo burocrático está em andamento, mas as obras do estádio não dependem de as pessoas serem retiradas de lá para começar", complementou. Quanto ao terreno do exército na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Buenos Aires, as tratativas estão adiantadas, assegurou Carvalho. "Eles nos indicam um terreno equivalente e tentamos um acordo", finalizou. (SG)

O Banco Nacional do Desenvol­­vi­­mento Econômico e Social (BNDES) recebeu uma carta-consulta, datada de 14 de setembro, do governo do Paraná solicitando o empréstimo de R$ 123 milhões. Dinheiro este que seria usado para concluir a Arena da Baixada. É hoje o único número sólido na matemática que envolve a finalização do estádio para a Copa de 2014.

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Nem mesmo o total de R$ 180 milhões, com isenção de impostos, estimado para a realização da obra é considerado confiável.

Há indícios de que dia 27, na próxima reunião da Comissão do Mundial do clube, responsável por tocar a reforma do Joaquim Amé­­rico, os custos apresentados já se­­jam superiores. "Pode ser mais, menos, ninguém sabe ao certo ainda", ad­­mi­­tiu o secretário estadual para assuntos da Copa, Mario Celso Cunha.

Em relação à engenharia para bancar o término da praça esportiva, o político admitiu não estar completamente a par do processo.

Por enquanto, poucas mu­­danças são oficiais, como a en­­trada do BNDES na jogada.

Pela manobra, o governo do estado pede o financiamento ao banco usando o potencial construtivo – títulos imobiliários da prefeitura de Curitiba – como ga­­rantia de pagamento. Uma iniciativa que já havia sido descartada pela entidade anteriormente, mas que foi reapresentada após trabalho de articulação política nos bastidores – leia-se medo de a obra não ser concluída a tempo.

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Para os envolvidos no pedido de empréstimo, os documentos imobiliários, que valiam R$ 90 milhões quando foram lançados, já teriam sido valorizados para R$ 123 mi­­lhões. E é nisso que se fiam. "Por causa da atualização do Custo Unitário Básico (CUB)", levantou Cunha, referindo-se a um indicador que mostra o custo básico da Construção Civil.

Não há certeza da aprovação do pedido, nem de o clube retirar a quantia que precisa em troca desses papéis.

Caso faça os R$ 90 milhões do potencial construtivo renderem R$ 123 milhões no BNDES, restariam pelo menos R$ 57 milhões que o Rubro-Negro te­­ria de desembolsar para fe­­char a conta final.

Estima-se que o clube já contabiliza nesta conta R$ 20 milhões investidos na compra do terreno e no projeto da obra. Essa diferença de R$ 37 milhões não é confirmada pelos rubro-negros. Procurado pela reportagem, o presidente da Comissão da Copa do Atlé­­tico, Mario Celso Petraglia, se recusou a falar (leia mais nesta página).

Já na Agência de Fomento do Paraná, indicada por Cunha para explicar detalhadamente o processo da conclusão da Baixada, ninguém retornou ao pedido de entrevista. A entidade está ajudando de perto na formação da Socie­­dade de Propósito Específico (SPE), futura gestora da obra – com participação majoritária do clube.

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