Após a classificação diante do Chile, Luiz Felipe Scolari prometeu que voltaria ao seu estilo "agressivo" e que o Brasil tem sido "muito cavalheiro" com os estrangeiros no Mundial. Desde então, porém, nada do velho Felipão. O que se vê é um treinador inseguro no comando da seleção brasileira.
Na segunda-feira, o gaúcho chegou a revelar, num encontro com um grupo de jornalistas, arrependimento da convocação de um dos 23 jogadores e que o trocaria se fosse permitido. Entretanto, não declinou quem é o "peso morto" na Granja Comary.
A inconfidência expôs todo o grupo. E jogou por terra justamente uma das principais características de Scolari, a de proteger e unir os seus atletas a qualquer custo, em busca de um objetivo comum. "Ele [Felipão] não comentou nada sobre isso. Não estamos sabendo. Ele quem pode dar a resposta para vocês. Nós fomos escolhidos por ele", comentou Ramires, ao ser questionado sobre o tema em entrevista coletiva.
A situação detonou uma crise no estafe dos boleiros assessores de imprensa, empresários etc. Todos querendo saber quem é e, assim, se livrar da pecha de representante de uma escolha equivocada para a competição.
Conhecido por ser um exímio motivador, o comandante do Brasil também se meteu numa enrascada logo em sua especialidade. Ainda na reunião com os jornalistas, abordou a fragilidade emocional da equipe, escancarada nas oitavas de final com os chilenos.
Para tentar estancar as lágrimas que se tornaram comum nas partidas da seleção, a psicóloga Regina Brandão foi chamada novamente a Teresópolis e se reuniu com o elenco na noite de segunda-feira. A profissional é uma antiga parceira do treinador dos tempos de Palmeiras.
Scolari está igualmente temoroso com a arbitragem da Copa do Mundo. Pediu aos jornalistas que deem mais ênfase aos erros cometidos em favor dos concorrentes reclamou do pênalti supostamente cavado pelo holandês Robben, no triunfo por 2 a 1 sobre o México.
O pedido é justificado por uma teoria disseminada por Carlos Alberto Parreira. O coordenador técnico crê que há um complô nos bastidores da Fifa para impedir o título do Brasil. De acordo com o tetracampeão, a entidade luta para impedir que a seleção "dispare" com o hexacampeonato, livrando duas taças de diferença da Itália.
Além da pressão pela conquista dentro de casa, Scolari teve de enfrentar dramas familiares. Desde o início da preparação em Teresópolis, no dia 26 de junho, dois parentes do técnico morreram. Primeiro o cunhado, Nei Maia, casado com sua irmã Cleonice, vítima de câncer. Depois, Tarcísio Schneider, sobrinho do treinador, num acidente de carro.
Deixe sua opinião