A seis meses do início da Copa do Mundo no Brasil, Curitiba ainda não definiu se os dias de jogos na cidade (16, 20 e 26 de junho) serão feriados e não há prazo para que uma decisão seja tomada. A prefeitura deixou "a bola" nas mãos dos vereadores e o município tem evitado emitir publicamente qualquer opinião sobre o tema. Apesar disso, a Comissão Especial da Copa da Câmara Municipal contará com o parecer de várias secretarias municipais para avaliar se leva ou não a discussão para plenário em forma de um Projeto de Lei.
INFOGRÁFICO: Confira como fica o calendário
De acordo com o vereador Paulo Rink, que preside a comissão, pastas como a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), e da Copa, explicarão os pontos a favor ou contra os feriados. A Associação Comercial do Paraná (ACP), Urbanização de Curitiba (Urbs) e outras entidades também deverão opinar formalmente. Só depois disso a Comissão voltará a debater o tema, na primeira semana de fevereiro, após o recesso da casa. O dia 23 de junho, data do principal jogo que Curitiba receberá (Espanha x Austrália), é feriado nacional em razão de haver um jogo da seleção brasileira marcado para o mesmo dia.
O gerente geral da ACP, Olívio Zotti, alerta que a entidade deverá ingressar na Justiça caso a Câmara aprove os feriados. A associação já teve sucesso nos tribunais quando solicitou o veto ao feriado do Dia da Consciência Negra, em Curitiba, no ano passado. Segundo Zotti, a cidade tem investido para receber os turistas e poderá perder muito fechando o comércio em dias de jogos. Sem contar as datas das partidas, a cidade já terá 11 feriados municipais e nacionais.
Apesar de a indecisão persistir, tanto a rede municipal quanto a rede estadual de educação já adequaram o calendário escolar para que não haja aulas nos dias de jogos. O funcionamento do comércio nas imediações da Arena da Baixada também será afetado mesmo que não haja feriados a Lei Geral da Copa estabelece que apenas os produtos autorizados pela Fifa poderão ser comercializados em um raio de dois quilômetros partindo dos estádios.
A normativa deverá esquentar ainda mais o debate entre a organização do evento e os comerciantes, já que a restrição afeta muitos lojistas, como os comerciantes da Avenida Sete de Setembro e Marechal Floriano Peixoto. Ao mesmo tempo que estabelece a área de restrição, o artigo 11 da Lei Geral da Copa afirma que a competição não prejudicará os estabelecimentos, desde que estes não façam qualquer associação à Copa.
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