A Fifa congelou a maior parte do valor que havia se comprometido de enviar à CBF para obras de infraestrutura e capacitação, o chamado legado da Copa-2014. A informação foi publicada pelo jornal “O Globo” nesta sexta (18).
A restrição desse repasse ocorreu porque a Fifa criou novas regras para liberar dinheiro às confederações. As denúncias de corrupção que levaram cartolas à prisão fizeram a entidade aumentar a burocracia para liberar dinheiro às filiadas, o que afetou o legado da Copa.
A CBF informou que recebeu só no início da semana passada documento com novas determinações de liberação de dinheiro às confederações, mas que tem contrato assinado sobre o financiamento do legado, um programa bem mais extenso de auxílio da Fifa do que outros projetos que não são ligados à Copa.
“Vamos avaliar a documentação, talvez nem haja mudança tão grande no que é preciso enviar. A CBF está cumprindo absolutamente tudo do acordo de legado”, disse Rogério Caboclo, diretor financeiro e de planejamento da CBF. Em nota, a Fifa confirmou que “requisitos adicionais de relatório e auditoria estão em discussão”.
Até o momento, dos US$ 100 milhões (R$ 393 milhões) do lucro do Mundial que foram prometidos para o legado, só US$ 8,7 milhões (R$ 34 milhões) foram utilizados.
Destes, R$ 5,6 milhões (R$ 22 mi) foram transferidos da Fifa para a CBF e US$ 3,1 milhões (R$ 12 mi) investidos diretamente pela Fifa.
À CPI do Futebol, na quarta (16), o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, disse que a Fifa havia suspendido o pagamento e citou a crise política na entidade como motivo para a suspensão.
Centro de treinos
O principal investimento prometido é a construção de centros de treinamento nos 15 Estados que não receberam jogos da Copa do Mundo. Somente um está pronto, em Belém, no Pará, federação estadual presidida por Antonio Carlos Nunes, eleito vice-presidente da CBF na quarta (16).
Aos 79, o coronel Nunes, como é chamado, é o primeiro na linha sucessória de Del Nero caso ele renuncie ou seja afastado do cargo devido às acusações de corrupção.
Além do CT no Pará e da compra de terrenos para a obra em outros Estados, como Rondônia, já foram realizados com o dinheiro do legado congressos sobre futebol feminino e para capacitação na gestão do futebol, segundo a Fifa.
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