Representantes de Curitiba acreditam que a cidade cumpriu a evolução prometida à Fifa e a Arena seguirá como palco do evento| Foto: Rodolfo Buhrer/ Reuters

Plano B

Se Curitiba for excluída, a Copa-2014 terá 11 sedes. Há 15 dias a Fifa trabalha com um plano B, já definido e pronto para ser anunciado se a resposta de hoje for negativa. A grande dificuldade foi ajustar a questão logística. Fifa e COL consideram muito difícil realizar dois jogos em dias consecutivos na mesma cidade, o que restringe as opções. Assim, Irã x Nigéria (16/6) ficaria entre São Paulo, Manaus ou Recife. Para Honduras x Equador (20/6), haveria Porto Alegre, Rio ou Manaus. Austrália x Espanha (23/6), Salvador. Rússia x Argélia (26/6), BH, Cuiabá, Fortaleza ou Natal. São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte se colocaram à disposição.

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Permanência de Curitiba na Copa vale R$ 2,5 bilhões

Esse é o valor estimado que o pacote Copa movimentará em Curitiba caso a Arena da Baixada seja confirmada como sede na terça-feira

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Curitiba terá 90 minutos para provar à Fifa que o estádio mais pronto quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo, em 2007, tem condições de ser o último entregue para o Mundial de 2014. No tempo de um jogo de futebol, o consultor de estádios da entidade, Charles Botta, terá uma reunião para saber se há dinheiro para concluir a obra até a segunda quinzena de abril. Depois, circulará pelo canteiro para verificar se as recomendações feitas nas visitas anteriores foram atendidas. Com base no que o suíço vir e ouvir, o secretário-geral Jérôme Valcke dirá, às 15 horas, em Florianópolis, se a Arena da Baixada segue entre os 12 estádios do torneio.

Botta virá a Curitiba acompanhado do consultor de estádios do Comitê Organizador Local (COL), Carlos de la Corte, e do gerente-geral de estádios da Copa de 2014, Roberto Siviero. Seu primeiro compromisso será uma reunião, às 10h30, com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, e, possivelmente, o governador Beto Richa – o tucano está em viagem, mas tenta ajustar a agenda; senão, mandará representante. A pergunta será simples: há dinheiro para terminar a obra?

A resposta será o pedido de financiamento protocolado semana passada, pela Fomento Paraná, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Um crédito em análise de R$ 250 milhões, dos quais R$ 65 milhões para a conclusão do estádio. Os responsáveis pela Copa em Curitiba acreditam que essa solução será suficiente.

A segunda parte da visita será entre 11 horas e meio-dia, pelo canteiro de obras da Arena. Botta verá gramado aplicado, 15 mil assentos e cobertura de policarbonato colocados, vestiários prontos, acessos das delegações desobstruídos, lajes das arquibancadas assentadas e sistemas de som e iluminação em instalação. "Agora está com cara de estádio", disse, na sexta-feira, o secretário municipal de Copa, Reginaldo Cordeiro.

Botta também encontrará um canteiro povoado. Ontem, eram 1.300 operários trabalhando, contra pouco mais de 900 da visita de janeiro, que desembocou no ultimato dado pela Fifa. A atenção especial do grupo era com limpeza da área e remoção de entulhos, duas queixas do consultor. O serviço avançou noite adentro nos últimos dias.

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"Estamos conscientes de que cumprimos mais do que pediram. Em 15 dias, o estádio avançou dois meses, mas a decisão depende da ótica da Fifa", afirmou o coordenador-geral de Copa no Paraná, Mario Celso Cunha.

Depois da visita técnica, Botta, De la Corte e Siviero deixam Curitiba e informam a Valcke o seu parecer. O que o consultor da Fifa falar, será seguido pelo secretário-geral. A decisão será anunciada em entrevista coletiva no Costão do Santinho, em Florianópolis, onde começa hoje o Seminário de Equipes.

Ontem, em Brasília, o dirigente foi seco ao ser questionado sobre Curitiba. "Neste momento, a Fifa não diz que qualquer um dos 12 estádios está fora da Copa do Mundo. Nós temos uma equipe técnica que vai para lá amanhã [hoje] e é por isso que a resposta será dada amanhã [hoje], não é apenas pelo prazer de manter a espera", afirmou.

Colaborou: André Gonçalves, correspondente em Brasília