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Hoje, quando o calendário marca exatamente 150 dias para a abertura da Copa do Mundo (12/6), no encontro en­­tre Brasil e Croácia, no Itaquerão, em São Paulo, uma certeza não depende mais da contagem desse prazo: o Mundial será caro e bancado quase exclusivamente pelo contribuinte.

INFOGRÁFICO: Confira como estão as obras nos estádios para o mundial

Dos R$ 8 bilhões investidos na construção e/ou reforma dos 12 estádios do campeonato, apenas R$ 133,2 milhões não envolvem os cofres públicos. O cálculo engloba incentivos fiscais, empréstimos e ainda a participação efetiva do governo como ‘dono’ de arenas – R$ 3,9 bilhões do montante, praticamente metade, está atrelado a financiamentos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 2014, apenas três praças esportivas (Curitiba, Porto Alegre e São Paulo) são privadas. Outras cinco (Belo Horizonte, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador) foram erguidas por meio de Parceria Público Privada (PPP).

Já Arena Amazônia, Arena Pantanal, Mané Garrincha e Maracanã, todos públicos, custarão R$ 3,7 bilhões. Ao todo, em comparação com a Matriz de Responsabilidades assinada em 2010, os estádios da Copa no Brasil encareceram 66% – de R$ 5,3 bilhões para R$ 8 bilhões. Juntos, os 22 palcos utilizados nos Mundiais de 2006, na Alemanha, e de 2010, na África do Sul, custaram menos: R$ 6,8 bilhões.

O custo global do Mundial também subiu de maneira exorbitante. A previsão inicial era de que o país despendesse aproximadamente R$ 17 bilhões para organizá-lo. Em junho do ano passado, contudo, o Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa) atualizou o total de investimentos no principal torneio de futebol do mundo para R$ 28 milhões, mas antevê acréscimo de outros R$ 5 bilhões até a bola rolar, totalizando R$ 33 bilhões. Dessa quantia, a União seria responsável por 85,5%, enquanto o setor privado arcaria com 14,5% – cerca de R$ 4,7 bilhões.

Em Curitiba, além da participação na reforma da Arena e das obras de mobilidade do PAC da Copa, o poder público municipal terá uma conta extra de cerca de R$ 71,6 milhões para a realização do Mundial de 2014. São gastos com estruturas temporárias, o entorno do estádio e a Fan Fest, que, salvo o fechamento de alguma parceria com a iniciativa privada, sairão integralmente dos cofres do município. Pelo menos 62% do investimento serão em intervenções unicamente para o período em que o torneio será realizado, sem deixar um legado para a cidade. Reginaldo Cordeiro, secretário municipal de Copa, cita que a prefeitura negocia com grandes empresas, como a Coca-Cola e a Ambev, para a realização de Fan Fests.

O atraso é outra marca importante nesta contagem regressiva. Com apenas 6% do tempo total disponível de preparação, cinco dos 12 estádios não estão prontos: Curitiba, Cuiabá, Manaus, Porto Alegre e São Paulo.

A Fifa voltou nesse domingo a criticar o Brasil. A entidade alerta que não terá tempo para testar todos os estádios e implementa de vez a estratégia de transferir toda a culpa pelos problemas do torneio ao país. Coube ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, mostrar que o distanciamento entre as autoridades é cada vez maior. "A grande dificuldade é que não temos um período de testes", explicou à rádio France Bleu. "Os estádios serão entregues perto demais do início da primeira partida."

Esse é o segundo ataque direto da Fifa ao Brasil em duas semanas. Antes, o presidente Joseph Blatter havia afirmado que a Copa organizada pelo Brasil será a mais atrasada desde que ele chegou à entidade, em 1975.

Antes da inauguração oficial, a Fifa recomenda uma partida-teste para no máximo 10 mil espectadores em cada arena. Nela, são verificadas estruturas de telecomunicações, gramado e entrada do público. A Arena das Dunas, em Natal, passa pela prova no dia 22/1; o Beira-Rio fará em 29/1. Em fevereiro, a Arena Pantanal e Arena Amazônia devem realizar o evento, assim como a Arena da Baixada. No Itaquerão, o primeiro duelo extraoficial será em abril.

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