Na tentativa de aprovar a Lei Geral da Copa na Câmara dos Deputados, o governo voltou a mudar de posição nesta terça-feira (20) em relação à comercialização de bebidas alcoólicas em estádios e abriu negociação com a oposição, que quer vincular a votação do projeto a uma data para a Casa analisar o novo Código Florestal. Após reunião entre líderes da base e os ministros Aldo Rebelo (Esporte) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), ficou acertado que o texto da Lei da Copa que vai a votação apenas suspenderá a legislação federal que trata da venda de bebidas em estádios. Essa manobra abre margem à interpretação de que caberá aos Estados decidir se suspendem durante o Mundial leis locais que proíbem a venda de bebidas alcoólicas nas arenas esportivas. Na avaliação do ministro do Esporte, "o governo manteve a posição de defender o cumprimento das garantias" assumidas pelo país junto à Fifa, o que inclui a permissão de venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa. O ministro Aldo Rebelo argumentou que os governadores dos Estados que receberão partidas da Copa também assinaram compromissos junto à entidade. Para o relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que também participou da reunião, a Fifa teria de negociar a liberação da venda de bebidas alcoólicas com sete Estados. A questão é sensível para a Fifa, que tem uma marca de cerveja entre seus principais patrocinadores. A oposição, por sua vez, promete se aliar à bancada ligada à agropecuária e atrapalhar a votação da Lei Geral, a não ser que o governo defina uma data para a votação de um outro projeto polêmico: o novo Código Florestal. Por não haver acordo sobre um calendário de votação desse texto, a Lei da Copa não será votada nesta terça-feira, segundo líderes da oposição.

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"Se não houver essa data, não temos interesse em votar (a Lei Geral da Copa)", disse a jornalistas o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). O líder tucano vê um descontentamento com o governo entre os parlamentares ligados ao agronegócio, por conta da demora na votação do Novo Código. "A bancada ruralista está achando que levou uma bola nas costas do governo", disse. O Palácio do Planalto busca adiar a votação do Código Florestal temendo uma derrota. Na última semana a articulação política do governo no Congresso sofreu turbulências que resultaram na troca dos líderes do governo na Câmara e no Senado.

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