A seleção brasileira abre a fase mata-mata da Copa de 2014 contra o adversário que Felipão menos queria. E contra aquele que mais sofre em seus pés nos Mundiais. Brasil e Chile se enfrentam sábado, às 13 horas, no Mineirão, em Belo Horizonte, pelas oitavas de final. A favor dos anfitriões, um retrospecto irretocável. As duas seleções fizeram três jogos decisivos em Mundiais, todos com vitória verde-amarela: semifinal em 1962 (4 a 2), oitavas em 1998 (4 a 1) e 2010 (3 a 0).
INFOGRÁFICO: Confira o perfil da equipe chilena
Dos times ainda vivos em 2014, apenas Bélgica, Alemanha e Gana nunca bateram o Brasil em confrontos eliminatórios. Porém, cada um enfrentou a seleção apenas uma vez no mata ou morre. No histórico recente, outra lavada brasileira. São 12 jogos sem derrota para os chilenos. O último revés foi em agosto de 2000, 3 a 0 em Santiago, nas Eliminatórias para o Mundial de 2002.
Felipão prefere deixar o retrospecto de lado e basear sua preocupação no Chile de hoje. Ano passado, foram dois amistosos: 2 a 2 em BH e 2 a 1 para os brasileiros em Montreal. Jogos duros, que fizeram Scolari, já em dezembro, apontar La Roja como o pior oponente possível para um mata-mata.
"Alguns achavam que o Chile seria descartado logo da Copa. Se eu pudesse escolher, escolheria outro. E é ainda mais difícil por se tratar de uma equipe sul-americana. Catimba, qualidade, organização, tudo isso o Chile tem", reafirmou, ontem. "Devemos estar atentos ao Alexis. Ele é bem parecido com o Neymar na hora do drible", lembrou o lateral Daniel Alves, sobre seu companheiro de Barcelona.
O Brasil terá a seu dispor armas melhores do que um par de tabus. Na vitória sobre Camarões, o time apresentou virtudes da Copa das Confederações. Marcou sob pressão, atacou o adversário o tempo todo e soube reagir ao abatimento do gol de empate. Ainda teve Neymar inspirado como sempre e achou em Fernandinho uma solução para a má fase de Paulinho.
"Foi o jogo em que a gente conseguiu implantar muita intensidade. Todo mundo correndo, com prazer de ajudar o companheiro", exaltou o zagueiro David Luiz.
A vitória sobre os africanos traçou ainda o roteiro do Brasil até a final. Se avançar, o time faz a quarta de final em Fortaleza e volta a BH para a semi. A seleção também tem uma ideia dos adversários. Provavelmente, o rival fica entre Colômbia, Itália e Uruguai. Na semi, tudo aponta para duas das equipes de melhor futebol do torneio, Alemanha ou França. A Holanda, algoz da Copa de 2010, e a Argentina, que joga por um empate amanhã, com a Nigéria, para ser campeã de grupo, só cruza o caminho na final.
Tudo, claro, dependendo de sábado. Jogo sem direito a erro, contra um adversário faminto por reescrever a história. "Nesta fase a gente poderia ter um tropeço que, ganhando duas, classificaria. Agora, não dá. É jogo muitas vezes de um gol onde não se pode cometer tantos erros", disse Felipão.
Para reduzir o risco, a seleção terá a programação adaptada ao horário do jogo, 13 horas. A partir de amanhã, os jogadores terão um café da manhã reforçado. Os treinos serão agendados para o início da tarde. Medidas para ampliar a maior freguesia da Copa e tirar a cisma de Felipão com os chilenos.
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