Eles são cerca de 70, mas se destacam tanto que os colegas brasileiros garantem que têm uns "300 haitianos" trabalhando na Arena. A primeira leva veio em 2011, após o trágico terremoto que atingiu o país caribenho, e nunca deixou de ajudar a erguer o estádio.
Motoristas, comerciantes, estudantes e até professores deixaram suas profissões e também a família para fazer de tudo no complexo rubro-negro. "É difícil ficar longe de casa. O salário é pouco, mas lá é pior ainda", diz, resignado, o professor de francês Nicola Alnick, de 22 anos, que faz serviços gerais na Baixada.
"Recebo R$ 979 por mês, o jeito é fazer hora extra todo dia e trabalhar aos fins de semana para compensar", explicou Jadume Ramo, de 28 anos, que era motorista de táxi no Haiti e pagou R$ 4 mil pela passagem para buscar trabalho no Brasil. "Virei atleticano desde criancinha", conta ele, usando uma camisa e um capacete com o escudo do clube.
Em meio ao cimento, blocos, ferragens, tratores e muito entulho, há quem preferia ganhar a vida dentro do novíssimo gramado. "Comecei no Trieste, joguei no Operário, estava no Tupã, da Série A3 Paulista, mas me machuquei e precisava trabalhar. Ainda quero voltar", espera o lateral-direito Henrique Camargo, de 21 anos e que trocou as chuteiras pela instalação elétrica do palco da Copa no Paraná.
"Passamos mais tempo aqui do que em casa. Nosso trabalho é rápido, mas, como a obra está atrasada, precisamos esperar finalizarem para termos acesso a alguns lugares. Às vezes trabalhamos 10, 11 horas por dia. Estamos casados com a obra", completa Alexandre Schlottag, de 33, e responsável pela instalação de ar-condicionado. A maioria não terá folga hoje, no Dia do Trabalho.
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