Além de mais de R$ 120 milhões em potencial construtivo (direito de construir além dos limites fixados na Lei de Zoneamento), o Atlético terá outra grande benesse do governo na reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014. O clube receberá um empréstimo a fundo perdido (sem previsão de reembolso), da Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel), com o intuito de instalar painéis para captação de energia solar em seu estádio.
A iniciativa faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e custará R$ 24,6 milhões aos cofres públicos.
O projeto, que está em fase final de aprovação, foi selecionado em novembro do ano passado ao lado de outras 16 propostas de várias companhias elétricas do país. De acordo com a Lei n.º 9.991, de 24 de julho de 2000, todas as empresas concessionárias de energia elétrica são obrigadas a aplicar 0,5% de sua receita operacional líquida em ações de combate ao desperdício de energia, chamadas de eficiência energética, na qual a energia solar se enquadra. Mas somente no caso paranaense a aplicação será feita em uma obra privada.
A própria Copel toca paralelamente outra proposta, de mais de R$ 50 milhões, para a captação e distribuição de energia elétrica por fonte solar.
"O projeto não é do Atlético, não foi doado para o Atlético. É da Copel, da Aneel e do governo federal para buscar energia sustentável na Copa do Mundo. O dinheiro é federal, ele já vem carimbado e tem de ser aplicado no projeto Copa do Mundo", diz o secretário municipal de assuntos para a Copa, Luiz de Carvalho.
"Para todas as cidades-sede que quiserem, o projeto vai estar disponível. É um dinheiro a fundo perdido, ou seja, sem custo. A experiência e o projeto são da Copel. Só que é um recurso destinado à Copa do Mundo. Como a Arena é o estádio, ela fará parte desse projeto", completa o secretário.
De acordo com a Aneel, no entanto, não há nenhum vínculo entre essa legislação e o torneio da Fifa, tanto que apenas 12 dos 27 estados brasileiros participarão efetivamente do Mundial e todas as concessionárias precisam investir em eficiência energética.
Procurada pela Gazeta do Povo, a Copel afirmou que só irá se pronunciar sobre o assunto quando as negociações estiverem finalizadas. Já o Atlético, também por intermédio da assessoria de comunicação, disse que não iria participar da entrevista.
Na Bahia, o Estádio de Pituaçu, de propriedade do governo do estado, já conta com painéis para transformar a luz do sol em energia elétrica. Situação similar será repetida também nas praças esportivas de Pernambuco e Ceará, ambas públicas e com participação garantida no Mundial de 2014.
Além dos benefícios ecológicos, já que é um recurso renovável e não poluente, o uso de células fotovoltaicas na cobertura do Joaquim Américo irá gerar até 1.000 MWp de eletricidade equivalente ao consumo de 6 mil pessoas. O prazo para a nova fonte de energia estar funcionando é de 36 meses.
Se houver a produção de energia excedente, de acordo com Carvalho, a Copel será responsável pela comercialização.
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