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Concentração do ato começou na Boca Maldita | Henry Milleo/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Concentração do ato começou na Boca Maldita| Foto: Henry Milleo/Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Manifestantes fazem discurso na praça de alimentação do Shopping Mueller
  • Motorista de ônibus quase atropelou os manifestantes e houve reação com depredação do veículo
  • Entrada no shopping ocorreu após a dispersão do ato em frente à prefeitura
  • Guarda Municipal interveio no protesto em frente à prefeitura após uma vidraça ser quebrada
  • Ônibus é pichado durante a passeata do grupo pelo Centro de Curitiba

A manifestação contra a Copa do Mundo que começou por volta das 17 horas deste sábado (25), na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, durou cerca de quatro horas. O grupo fez passeata até o prédio da Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, onde onde houve pichação e quebra de vidraça. Depois, os manifestantes entraram no Shopping Mueller, que também fica no bairro. Lá, foi feito uma espécie de "rolezinho": os manifestantes passaram pela praça de alimentação e pelos corredores do estabelecimento.

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Por volta das 20h45, com a presença de cerca de 10 homens da Polícia Militar e reforço dos seguranças do shopping, o grupo deixou o local e começou a se dispersar. Fazem parte do grupo os participantes do protesto "Não vai ter Copa", marcado pelo Facebook, desde o início do mês.

Passeata e pichação

A concentração começou no fim da tarde, por volta das 17h, na Boca Maldita. Com gritos de ordem que falam sobre corrupção, capitalismo e negando a continuidade da Copa do Mundo no Brasil, o grupo, que contava então com cerca de 100 pessoas, saiu para uma passeata pela cidade. Sem destino final definido, os participantes começaram a andar pela Rua XV de Novembro.

Os manifestantes paravam em alguns semáforos para bloquear o trânsito, mas seguiram de forma tranquila até o Terminal Guadalupe. Neste local, houve a primeira confusão: um ônibus de uma empresa particular de São José dos Pinhais quase atropelou alguns manifestantes que, em contrapartida, arrancaram a placa do ônibus, o limpador de para-brisa e jogaram pedras no veículo. O veículo seguiu viagem, mesmo com as avarias. Com o fato, o grupo ficou mais inflamado, mas não houve mais casos de desentendimentos na região.

Quando chegaram à sede da Prefeitura de Curitiba, alguns manifestantes começaram a pichar o local e a jogar pedras contra o prédio. Um vidro da fachada quebrou e outro ficou trincado. Doze viaturas da Guarda Municipal foram deslocadas para o local. Com a chegada dos guardas, o grupo arrefeceu os ânimos e saiu dali, ainda todos juntos.

"Rolezinho" no shopping

Na altura do Shopping Mueller, que também fica no Centro Cívico, os participantes mudaram o rumo e entraram no estabelecimento. O grupo se dirigiu para a praça de alimentação, onde foi feita uma fala sobre as obras da Copa e desigualdades entre classes sociais. O grupo fez uma espécie de "rolezinho" e passou pelos corredores. Alguns lojistas fecharam as portas. Frequentadores do local relataram que houve correria em alguns momentos.

No shopping, cerca de 10 homens da Polícia Militar e os seguranças do local guiaram os manifestantes para fora e não tiveram oposição.

Faixas, bandeiras e discussão do rumo

Quando discutiam para onde iriam após a saída da Boca Maldita, os manifestantes se dividiram: uma parte pretendia ir até à sede da Prefeitura de Curitiba e do governo do estado. No entanto, alguns deles também cogitaram ir até a Arena da Baixada, estádio onde devem acontecer os jogos da Copa em Curitiba. No entanto, o segundo grupo acabou convencido e o protesto se dirigiu ao Centro Cívico.

Entre os participantes, havia representantes de vários movimentos sociais. Eles carregavam cartazes e colavam panfletos de protesto no comércio da região.

Na página que convocou a manifestação, mais de 3,5 mil pessoas haviam confirmado presença no evento. Não havia efetivo da Polícia Militar ou Guarda Municipal acompanhando os manifestantes durante o trajeto da Boca Maldita até a prefeitura.

Mueller nega confusão

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Shopping Mueller informou que em torno de 100 jovens entraram no shopping por volta das 18h30, o que criou um certo desconforto para os lojistas e os clientes, "como qualquer grande grupo de pessoas criaria". A segurança do local teria então decidido chamar a polícia, que interveio e negociou com os manifestantes, que deixaram o local de forma espontânea.

Protesto contra a Copa

Outras capitais

Além de Curitiba, também houve protestos contra a Copa neste sábado em várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio, Recife e Goiânia. Na capital paulista, um protesto interditou a Avenida Paulista na altura do Masp.

Segundo o major da PM paulista Larry Saraiva, havia cerca de mil manifestantes monitorando o protesto no local. Um grupo de aproximadamente 40 "black blocs", segundo a polícia, conduziu os manifestantes. Após a dispersão do grupo, houve confusão, depredação e manifestantes foram detidos.

Na zona sul do Rio de Janeiro, cerca de 30 pessoas se concentraram na calçada em frente ao hotel Copacabana Palace. O número de policiais escalados para acompanhar o ato é maior do que o de manifestantes: cerca de 50 PMs observaram, à distância, a movimentação dos manifestantes, que exibiam cartazes com dizeres como "boicote à Copa".

Em Recife, manifestantes também promoveram ato contra a Copa 2014. A passeata reunia pouco mais de 60 pessoas às 17h30 (horário de Brasília), no Recife Antigo, região central, de acordo com a Polícia Militar de Pernambuco. O protesto seguia pacificamente e sem registro de confrontos.

Em Goiânia, um grupo de cerca de cem manifestantes participou pela manhã de um protesto. Não houve confrontos. O ato começou por volta das 9h30, em frente ao Teatro Goiânia, na região central, e seguiu pelas avenidas Tocantins e Anhanguera.

Depois, o grupo passou perto do Palácio Pedro Ludovico, sede do governo de Goiás, e o movimento se dispersou na praça Universitária, também na região central.O protesto de Goiânia faz parte do ato "Não Vai Ter Copa", convocado por meio de redes sociais para hoje em ao menos 36 cidades do país.

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