Trabalhadores da educação e integrantes do Comitê Popular da Copa fizeram neste domingo (15) um protesto nas proximidades do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, contra os gastos na Copa do Mundo no país. A concentração foi na Rodoviária do Plano Piloto, no final da manhã, e reuniu cerca de 250 manifestantes, segundo os organizadores, e 200, de acordo com a Polícia Militar.
Os manifestantes questionaram o investimento de recursos públicos na construção do estádio e pediram mais recursos para a saúde e educação e melhores serviços públicos.
"Esse foi o tema escolhido porque são dois direitos básicos [saúde e educação] que são desrespeitados. A cada manifestação temos um tema, escolhemos esse porque a Suíça é um país com IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] alto e que investe forte na educação e saúde", disse o integrante do Comitê Popular da Copa, Thiago Ávila.
De acordo com Ávila, "o Equador, apesar de não ter os mesmos índices, resolveu fazer uma auditoria na sua dívida pública. Aqui, nós usamos cerca de 44% para pagar juros da dívida e acreditamos que se houvesse uma auditoria veríamos que já pagamos essa dívida", observou. "E poderíamos aplicar estes recursos em saúde, educação e melhores serviços para a população", acrescentou.
Após a concentração, os manifestantes iniciaram uma caminhada em direção ao estádio. Com faixas, cartazes e gritos de luta pediam por mais dinheiro para a educação. Os policiais militares fizeram um cordão de isolamento no Eixo Monumental, via que passa ao lado do estádio, para que os manifestantes não chegassem perto do Mané Garrincha. "Estamos tendo o nosso direito à livre manifestação tolhido. É um absurdo a polícia impedir que a gente se desloque de forma pacífica e tranquila", criticou Ávila. Os manifestantes retornaram para a rodoviária onde encerraram o protesto.
Em greve há 52 dias, servidores (professores e técnicos administrativos) da rede federal de educação básica, profissional e tecnológica resolveram aderir ao ato convocado pelo Comitê Popular da Copa.
Eles reivindicam o cumprimento dos acordos assinados em greves anteriores, como o estabelecimento de uma data-base para os servidores públicos federais, isonomia dos benefícios com servidores de outros poderes e antecipação, em 2014, da parcela do aumento previsto para 2015.
Os trabalhadores também pedem a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação já no próximo ano. No último dia 6, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do Plano Nacional de Educação (PNE), que assegura que o país deve investir os 10% até 2024. "Queremos os 10% do PIB para já e que sejam investidos somente em educação pública. Da forma como foi aprovado somos contra, pois os recursos vão servir para financiar a educação privada e não concordamos com isto", disse a coordenadora do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Silvana Pineda.
A servidora Caroline Soares do Santos, do comando nacional de greve, disse que os trabalhadores também estão lutando por uma expansão responsável da rede de institutos federais de educação. Segundo ela, "tem havido uma expansão, mas de forma desordenada. A estrutura de muitos institutos às vezes é precária, faltam salas de aulas, refeitórios, entre outras coisas. Além disso, técnicos e professores estão sobrecarregados, uma vez que há carência de pessoal", completou.
De acordo com o Sinasefe, o governo ainda não sentou para negociar e, até o momento, 161 institutos estão com as atividades paralisadas.
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