Tática
Holanda aposta no contra-ataque para vencer a Argentina
Agência Estado
Mais do que nunca, a estratégia holandesa dos contra-ataques valerá para a semifinal contra a Argentina, amanhã, no Itaquerão. No confronto com a Costa Rica, pelas quartas de final, a seleção de Louis Van Gaal queria ganhar o jogo logo no primeiro tempo, tanto que entrou em campo com um plano tático inédito nesta Copa, em que utilizava três atacantes: Robben e Depay abertos pelas pontas e Van Persie na área. Não deu muito certo. Agora, contra uma seleção mais forte e comandada pelo craque Lionel Messi, o treinador voltará ao esquema do qual mais gosta: zagueiros e volantes aos montes, para liberar os jogadores ofensivos e considerados os melhores da equipe Robben, Van Persie e Sneijder.
Van Gaal manterá o trio de zagueiros com que começou a Copa, formado por Ron Vlaar, Stefan de Vrij e Bruno Martins Indi. Ontem, para evitar o assédio da imprensa, o treinador comandou um treinamento fechado no Pacaembu.
Artilheiro, craque e capitão. Lionel Messi concentra mais do que essas funções na seleção argentina. Sua discrição esconde uma forte ascendência sobre o elenco e o técnico Alejandro Sabella. La Pulga corre e vibra menos do que os companheiros, respaldado por ser quem é. E por decidir como decide.
Amanhã, às 17 horas, contra a Holanda, no Itaquerão, não espere por um Messi disputando todas as bolas em todos os cantos. Ele nunca jogou assim e não o faz na Copa. E continuará igual, mesmo muito perto de sua grande obsessão: o título mundial, assim como fizeram, com a mesma camisa 10, Kempes (1978) e Maradona (1986).
Nas cinco partidas e 453 minutos disputados até agora no Mundial, o atacante percorreu, em média, apenas 7,6 km por partida. O número fica bem abaixo da média dos companheiros, que por ele cobrem outros 102 km a cada jogo.
Outra característica do argentino é parecer estar "longe". Suas magistrais arrancadas são exceção, já que o jogador do Barcelona permanece 90% do tempo em atividade de baixa exigência física. Concentrado, normalmente ele caminha de cabeça baixa, não conversa e demonstra pouca ou nenhuma expressão.
Reflexo da síndrome de Asperger, forma leve de autismo que afetou ainda gênios como o cientista austríaco Albert Einstein e o pintor holandês Vincent Van Gogh. A genialidade de Messi, contudo, se dá com a bola no pé.
Com quatro gols, decidiu as três partidas da primeira fase para a Argentina. Ao todo, foram 17 finalizações 52,9% com direção certeira. Nas oitavas, contra a Suíça, deu a assistência para Di María balançar a rede na prorrogação. Participou ainda da construção das jogadas dos outros três tentos da equipe no torneio. É simplesmente essencial.
"Mesmo quando o Leo não cria várias chances de gol, como foi no jogo contra a Bélgica, quando teve só uma, ele é importantíssimo para a equipe", enfatiza o volante Mascherano. "Sabemos que ele é nosso principal jogador, o nosso capitão, o melhor jogador do mundo. A equipe joga para ele, pois sabemos o quão importante Messi é para a equipe", comenta o lateral-direito Zabaleta.
Admirado pelos jogadores, Messi é paparicado extracampo. Cartola-mor da AFA, a CBF deles, Julio Grondona sempre o cobre de abraços. Sabella também procura saber o que camisa 10 pensa. Como Messi quase não verbaliza, os amigos Agüero e Di María se tornam interlocutores.
O treinador chegou a alterar o time tentando um encaixe melhor para o astro. Agora, sem Di María, lesionado, a tarefa fica mais difícil. E a responsabilidade sobra para quem?
"Estou sentindo uma pressão positiva. É uma grande honra ser capitão e converter qualquer pressão extra em boas atuações para o meu país. Quero devolver essa confiança depositada em mim para liderar a Argentina à conquista do Mundial", afirmou Messi, em entrevista a um patrocinador.
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