O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, aproveitou o 12.º Fórum de Comandatuba, um dos principais eventos empresariais do país, realizado no litoral sul da Bahia, para pedir aos 320 empresários e executivos participantes que disponibilizem voluntários para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
"Nós queremos ter 1 milhão de voluntários apenas na Copa", disse o ministro. "Se cada empresa puder mobilizar seus funcionários e colaboradores para pelo menos uma hora de voluntariado, no sábado, no domingo ou em dia de jogo, já será uma contribuição importante".
O governo federal já fez uma seleção prévia de cerca de sete mil voluntários para a Copa das Confederações, competição que acontecerá de 15 a 30 de junho. E abrirá no segundo semestre a inscrição para quem quiser atuar na Copa do Mundo de 2014. A Fifa também tem um programa próprio de voluntariado para os dois eventos.
Para Rebelo, a intenção, ao ter muitos colaboradores nas 12 cidades do Brasil sedes de jogos do Mundial de 2014, é melhorar a imagem do país. "Serão 600 mil visitantes estrangeiros e 3 milhões de brasileiros circulando na Copa", argumentou o ministro. "Não queremos que essas pessoas sejam apenas respeitadas e toleradas, mas acolhidas com carinho, com sorriso, porque isso será muito importante para elas. Talvez seja a lembrança mais grata que o visitante guardará dos eventos".
O ministro também voltou a defender mudanças no calendário de competições do futebol brasileiro - tema que tem causado atritos entre ele e o presidente da CBF, José Maria Marin - e criticou a falta de profissionalização de clubes e federações.
"Nós somos um país que participou de todas as Copas do Mundo, que ganhou cinco vezes a Copa, que tem os jogadores mais consagrados da história, mas temos apenas 2% do PIB do futebol mundial, enquanto os ingleses tem mais de 30% e os alemães 23%", disse o ministro. "Nossos clubes perderam a exposição internacional e nós precisamos aproveitar a Copa do Mundo para mudar esse panorama".
Rebelo, no entanto, negou que o ministério queira intervir na administração da CBF, como acusa Marin, porém avisou que o futebol é um tema de "interesse nacional". "A CBF é uma entidade privada e o governo não tem a intenção de intervir, mas o futebol também precisa ser tratado como tema de interesse público", explicou.