Quando a bolinha que saiu da cumbuca indicou a África do Sul como sede da Copa de 2010, o mundo, boquiaberto, olhou com espanto para os dirigentes da Fifa. Como assim, um país subdesenvolvido, encravado até a alma com problemas inclusive de racismo , abrigar o maior torneio de futebol do planeta?
Pois bem. A pergunta demorou um pouco para ser respondida. Entre atrasos e suspeitas das mais diversas, os sul-africanos conseguiram erguer estádios espetaculares em Johannesburgo (Soccer City), Durban (Moses Mabhida) e Cidade do Cabo (Green Point). A população também recebeu com todo carinho os visitantes apesar de o Apartheid (divisão entre brancos e negros) ser ainda latente, para a tristeza de seu maior combatente, Nelson Mandela.
Aqui vale um parêntese. Um dos momentos mais marcantes para mim, nos meus 44 dias de África, foi ver o Soccer City inteiro, em pé, aplaudir o seu velho Madiba (maneira carinhosa como os negros chamam Mandela) antes da final entre Espanha e Holanda. Emocionante. Reverência a quem convenceu a Fifa a levar o torneio ao país.Mas também tivemos problemas. A ligação rápida de Johannesburgo a Pretória, outra sede importante do Mundial, não ficou pronta. Também faltaram táxis em Johannesburgo, assim como segurança para circular a noite. Enfim, algumas das reticências que afastaram boa parte dos 600 mil turistas estimados pelo governo local (apareceram pouco mais da metade disso). Nada, porém, que ofuscasse o brilho de um Mundial encantador. Minha primeira Copa.
Dentro de campo, a consolidação do vistoso futebol de toque de bola da Espanha, que decretou definitivamente o fim da fama de "amarelona" do país, do talento do uruguaio Diego Forlán (o melhor do campeonato), e do estigma de retranqueiro que voltou a colar em Dunga, o vilão de mais uma tragédia em verde e amarelo.
Carlos Eduardo Vicelli participou da cobertura da Copa do Mundo da África do Sul 2010 e atualmente é repórter da Gazeta do Povo.
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