Exclusividade
Veja o que diz a Lei Geral da Copa, sancionada em junho de 2012, quando o assunto é comércio e publicidade durante o evento:
Exclusividade
A Fifa e seus parceiros comerciais terão exclusividade na divulgação, venda e distribuição de produtos nos locais oficiais de competição e suas imediações. Essas áreas de exclusividade terão o perímetro máximo de dois quilômetros ao redor destes locais.
Restrição
As áreas de restrição, segundo a lei, não afetarão as atividades dos estabelecimentos que já funcionam regularmente. Estes comércios, porém, não podem fazer qualquer forma de associação à Copa que não seja por meio dos patrocinadores oficiais ou com autorização da Fifa.
Proibição
Atividades de publicidade sem autorização da Fifa ou dos parceiros comerciais são proibidas no entorno dos locais de competição. Isso inclui oferta de provas de comida ou bebida, distribuição de produtos de marca, panfletos ou outros materiais promocionais.
Pena
Quem expuser ou associar marcas, produtos ou serviços de forma direta ou indireta com a Copa e os símbolos oficiais, sem autorização da Fifa, pode ter prisão de três meses a um ano ou pagar multa.
Na prática
Ano passado, durante a Copa das Confederações, empregados da Fifa se apressaram a cobrir com uma lona o baú de um caminhão que continha um anúncio e havia sido estacionado de propósito horas antes próximo a um dos estádios, em dia de jogo. Na África do Sul, em 2010, duas modelos chegaram a ser presas porque estavam promovendo uma marca de cerveja durante uma partida da Copa.
Serviço
Acesse www.quiosqueoficial.com.br para conferir detalhes do quiosque e fazer o pré-cadastro para ser um operador licenciado do espaço.
Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 faltam menos de cinco meses para o evento parceiros comerciais da Fifa têm batido na porta de empresários curitibanos para buscar parcerias e aproveitar as oportunidades surgidas com as restrições de venda e publicidade impostas pela organização do torneio. Conforme a Lei Geral da Copa, apesar de os comércios no entorno dos estádios poderem abrir normalmente nos dias de jogos, não é possível fazer qualquer associação à Copa que não seja por meio dos patrocinadores oficiais.
As regras fazem com que o espaço para publicidade e venda de produtos seja disputado por poucos. Desde o mês passado, a Coca-Cola Femsa Brasil e a Ambev, representante da Budweiser no país, têm entrado em contato com donos de bares e lanchonetes na região da Arena da Baixada as duas marcas de bebidas são parceiras comercias da Fifa e, portanto, têm carta branca para explorar a fachada dos estabelecimentos e, ao mesmo tempo, priorizar a venda de seus produtos nos pontos. Apesar de não citarem números de contratos fechados e os termos das parcerias, as patrocinadoras confirmam que já há negócios consolidados informação comprovada pelos próprios comerciantes.
Segundo a diretora comercial do Paraná e São Paulo Interior Oeste da Coca-Cola Femsa, Neuri Pereira, as perspectivas de vendas são boas para Curitiba, mesmo a cidade recebendo apenas os jogos da fase inicial do torneio. "A Coca-Cola investiu na revitalização de fachadas dos seus principais parceiros comerciais no entorno do estádio e está colaborando com estes pontos de venda com materiais e equipamentos que ajudarão a alavancar os negócios do comércio local", afirma.
A Ambev diz estar fechando parcerias com pontos de venda espalhados pela cidade, não necessariamente em locais próximos ao estádio. A companhia pretende ainda dar treinamento para mais de 30 mil garçons, vendedores e atendentes nas 12 cidades-sede do evento. "Temos a preocupação de melhorar o nível do serviço oferecido ao consumidor final, seja no ambiente do próprio ponto de venda, seja oferecendo preços mais atrativos ao consumidor", diz o gerente de Marketing da Ambev no Paraná, Rafael Silva.
Restrição
O esforço da Fifa em proteger suas marcas e a de seus parceiros comerciais resultou em uma série de restrições legais e até possibilidade de penas de detenção estabelecidas na Lei Geral da Copa (veja box ao lado). As regras já valeram para a Copa das Confederações, no ano passado, e tentam impedir o que a Fifa chama de "marketing de emboscada" quando outras marcas e empresas tentam se aproveitar do evento para expor e vender seus produtos, sem que tenham autorização para tal.
A preocupação não é à toa: os contratos com patrocinadores por direitos de marketing e imagem são a principal fonte de receita da entidade, que pretende lucrar R$ 10 bilhões com a Copa de 2014.
Dúvidas ainda cercam comerciantes
Apesar de as negociações com os parceiros comerciais da Fifa já estarem em andamento, donos de bares e lanchonetes no entorno da Arena da Baixada reclamam da falta de informações mais claras sobre o funcionamento dos estabelecimentos durante o evento. Em conversa com a reportagem da Gazeta na semana passada, a comerciante Edir Terezinha Veiga resumiu o que parece ser a percepção de muitos que trabalham na região. "Não sabemos de nada. Um vem e fala uma coisa. Aí chega mais um e fala outra coisa", diz Edir, que há quatro anos toca com a família o Kamizas Bar, na Rua Brasilio Itiberê.
Perto dali, na mesma rua, a proprietária do Fá Bar e Bistrô, Fabiana Oliveira de Luca, também compartilha a percepção de que, em se tratando de regras e possíveis restrições, "cada um diz uma coisa". Fabiana, porém, não tem muito com que se preocupar: fechou contrato no final do ano passado com a Ambev. A empresa vai fornecer material como cadeiras e mesas e renovar o visual do bar, construindo um novo toldo e se responsabilizando pelo anúncio na fachada. Em troca, Fabiana vai abastecer os clientes apenas com a Budweiser. "E o bom é que todo o material que a Ambev fornecer vai ficar aqui depois dos jogos", resume, dando mais um significado ao tão alardeado "legado da Copa".
Oportunidade
Investimento para explorar quiosque oficial chega a R$ 150 mil
A exploração dos quiosques oficiais da Copa é outra oportunidade para lojistas e empresários que querem lucrar durante o evento. O pré-cadastro dos interessados está sendo feito desde dezembro pela internet. Os quiosques são pequenos espaços de 6 metros quadrados, voltados principalmente para shoppings, que venderão os produtos licenciados da Copa, como camisas, bonés e bolas.
O projeto é inédito em Copas do Mundo e a intenção é que sejam instalados até 80 quiosques em todo o país. Conforme a Globo Marcas, que operacionaliza a venda de produtos licenciados, o investimento para explorar o espaço gira em torno entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, com expectativa de faturamento mensal variando entre R$ 80 mil e R$ 120 mil. Alguns quiosques devem entrar em funcionamento ainda neste mês, permanecendo abertos até o fim do evento.
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