O nevoeiro em Teresópolis será um obstáculo na preparação do Brasil para a Copa do Mundo. Ontem, às 16 horas horário dos treinos da seleção durante a tarde a visibilidade nos quatro gramados da Granja Comary era inferior a 50 metros de distância.
O goleiro, por exemplo, enxergaria no máximo até o meio-campo. Um defensor não conseguiria ligar um contra-ataque longo para um atacante. Por volta das 16h30, a forte cerração se dissipou e, após meia hora, fechou de vez.
O cenário branco é rotina na cidade. Teresópolis está a 817 metros acima do nível do mar, incrustrada entre os morros da região serrana do Rio de Janeiro, distante 95 quilômetros da capital.
A previsão é de dias nublados e chuvosos até sexta-feira. Os convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari se apresentam hoje e iniciam os treinamentos de campo na quarta-feira.
Além da neblina, a equipe enfrentará temperatura diferente dos locais onde irá atuar nas três partidas da primeira fase. Em Teresópolis, a média em junho é de 14 graus.
Em São Paulo, palco da estreia com a Croácia, dia 12, é de 16,5 graus. Em Fortaleza, 26 graus, e Brasília, 20 graus. Caso seja o primeiro do grupo A, o Brasil volta a atuar na capital do Ceará nas oitavas.
O frio, entretanto, é visto como aliado pela comissão técnica. "Será melhor devido à intensidade do trabalho que pretendemos desenvolver", avaliou Felipão, quando questionado sobre a opção pelo interior do Rio.
Apesar do clima ruim, a Granja Comary é vista como um "refúgio" para a seleção. Propriedade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 1987, recebeu reformas que custaram R$ 15 milhões aos cofres da entidade.
Investimento para torná-la um bunker, com acesso controlado da imprensa e dos torcedores. O planejamento é utilizar a sede em Teresópolis ao longo de toda a participação no Mundial.
"O espaço deixa os jogadores à vontade. E o que é mais importante, com direito à privacidade. Temos estrutura de primeiro mundo", comentou o técnico Felipão.
Inaugurado em 1987, o espaço serviu de base nos Mundiais de 1990, 1994, 1998 e 2002. Mas acabou preterido nos dois últimos.
Para a Copa da Alemanha, em 2006, o time treinado por Carlos Alberto Parreira atual coordenador técnico do Brasil embarcou direto para a Europa. Com invasões de torcedores ao gramado e histeria nas arquibancadas, o período é lembrado como um legítimo "carnaval" na pequena cidade de Weggis, na Suíça.
Depois, em 2010, na África do Sul, o CT do Caju, do Atlético, foi usado para os trabalhos iniciais. Em seguida, a seleção ficou confinada em Johannesburgo.
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