O técnico Luiz Felipe Scolari mantém aberta a possibilidade de permanecer no comando da seleção brasileira após a Copa de 2014. Desde antes do Mundial, ele era peça-chave no planejamento da CBF para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Dirigentes da Confederação, no entanto, dão diferentes sinais sobre o futuro dele no cargo.
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"Encerra amanhã [hoje] o meu trabalho na primeira etapa que combinamos. Após encerrar, apresento meu relatório. Depois disso, vamos conversar sobre o que eles entendem estar correto ou errado com o meu trabalho", disse o treinador, em entrevista coletiva ontem à noite em Brasília.
Scolari defendeu os resultados no comando da seleção e se referiu à goleada por 7 a 1 para a Alemanha, mais uma vez, como uma "fatalidade". "Não vejo como negativo, a não ser esse resultado que foi catastrófico. Mas se tivesse sido 1 a 0 não seria catastrófico, mas também não teríamos atingido nosso objetivo final." Segundo ele, o time poderia também ter feito dois ou três gols logo no começo do segundo tempo, que "poderiam ter amenizado a derrota". "Mas perdemos, eles foram superiores. Não temos de nos envergonhar de nada."
Um discurso que defende mesmo quando não está sob os holofotes. Em conversa informal com assessores da Fifa, cujo áudio vazou sem que eles notassem, deu a entender que acreditava em uma reação tardia. "Uma fatalidade não pode destruir um trabalho. Nos dez primeiros minutos do segundo tempo, se eu mostrar o vídeo, nós criamos quatro chances de gol. Se tivéssemos acertado as quatro, ia estar 5 a 4 em dez minutos. Isso é coisa de louco", comentou.
A permanência do técnico, porém, é uma incógnita. Ontem, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem em que o atual presidente da entidade, José Maria Marín, diz que Scolari foi o principal responsável pelo vexame diante dos alemães. Já o presidente eleito da Confederação, Marco Polo Del Nero, que assume em 2015, disse que houve um "erro tático" na partida, mas enfatizou que o "trabalho foi bem feito". "Por mim, ele fica", declarou, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Capitão da seleção, o zagueiro Tiago Silva também defendeu o chefe. "O momento não é de crucificá-lo, seja por erro acerto ou qualquer situação. Em um grupo, quando dividimos um erro em partes, fica menos pesado para cada um", disse o zagueiro, que estava suspenso na semifinal e volta ao time titular.
Scolari garantiu que irá fazer duas mudanças na equipe, mas não revelou quais. Ontem, no Rio, testou Jô no lugar de Fred, no ataque, e Willian e Ramires no meio de campo, nas posições dos atacantes Neymar e Hulk.