Premiação
A final entre Alemanha e Argentina envolve sete candidatos à Bola de Ouro da Copa do Mundo. Do lado germânico, estão cotados Thomas Müller, Philipp Lahm, Toni Kroos e Mats Hummels, enquanto os hermanos disputam o troféu de melhor jogador do torneio com Lionel Messi, Angel Di María e Javier Mascherano. O complemento da lista tem o brasileiro Neymar, que não participou do vexame da semifinal por estar lesionado, e o holandês Arjen Robben. Além deles, o colombiano James Rodríguez concorre ao prêmio. A Fifa divulgou ainda os sobreviventes na briga para melhor goleiro e revelação. O alemão Neuer, o argentino Romero e o costarriquenho Keylor Navas estão no páreo entre os arqueiros. Já a taça de destaque entre os jovens ficará com o holandês Memphis Depay, o francês Paul Pogba ou o também francês Raphael Varane.
Se existe algo pior do que ser eliminado em casa com o placar mais humilhante de 20 participações em Copas do Mundo, talvez seja a obrigação de entrar em campo quatro dias depois para um confronto que vale quase nada. Com a missão de atenuar o vexame diante dos alemães, mas sem a garantia de que até uma vitória convincente tenha efeito, o Brasil faz hoje a disputa de terceiro lugar contra a Holanda, em Brasília.
Confira o resultado da enquete: A decisão do terceiro lugar deveria ser disputada?
Mesmo antes de começar, o jogo entra para a história como o mais melancólico da seleção em Mundiais. Das 103 partidas que disputou em Copas até agora, em apenas quatro o time brasileiro atuou para cumprir tabela, sem possibilidade de título.
Em 1930, entrou eliminado na segunda e última partida, contra a Bolívia, após ter perdido na estreia para a Iugoslávia (2 a 1). Mas era apenas a primeira Copa realizada até então e o Brasil nem de longe figurava como a potência de hoje. Nas três vezes em que chegou à disputa de terceiro lugar, a situação também foi bem diferente da atual. Em 1938, a vitória sobre a Suécia (4 a 2) foi festejada nas ruas e utilizada politicamente pelo então presidente Getúlio Vargas.
Em 1974, o time comandado por Zagallo não segurou a Laranja Mecânica holandesa na semifinal. O resultado não chegou a ser considerado um vexame, porém desmotivou a equipe, que perdeu o lugar no pódio após derrota para a Polônia por 1 a 0. Quatro anos depois, o terceiro lugar conquistado na Copa da Argentina com uma vitória por 2 a 1 sobre a Itália valeu como uma taça de "campeão moral" e direito a volta olímpica. No quadrangular semifinal, argentinos e brasileiros empataram em número de pontos, mas os vizinhos passaram à decisão pelo saldo de gols, graças a uma suspeitíssima goleada por 6 a 0 contra o Peru, na última rodada.
2018
O clima de tristeza coletiva pela despedida no Mané Garrincha será agravado pela situação individual da maior parte dos jogadores e da comissão técnica. Titulares como Júlio César, Maicon, Fred e Hulk tendem a fazer o último jogo pela seleção. Já o cenário mais provável para a contestada comissão técnica liderada por Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira é de que continuem na função no máximo até o fim da temporada, não permanecendo para o próximo ciclo.
Por outro lado, o confronto serve como tábua de salvação para jogadores que não são unanimidade, mas podem compor a espinha dorsal da equipe que será montada para 2018. Dentre eles, jovens como Bernard, 21 anos, Willian, 25, e Luiz Gustavo, 26.
Eles se juntariam a um grupo com poucos cativos, como Neymar. Mesmo machucado, o atacante estará hoje no banco de reservas. Usado como "escudo" da CBF ao longo da semana contra as críticas pela goleada alemã, o jogador virou arma também para conter possíveis vaias da torcida no Mané Garrincha.
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