Operários da obra do Atlético viveram ontem um dia de cambista. Nos arredores do estádio que ajudaram a reformar e concluir, eles negociavam os ingressos recebidos para o amistoso de hoje, às 15 horas, entre Atlético e J. Malucelli, que inaugura extraoficialmente a praça esportiva atleticana. Por um valor médio de R$ 100, os sócios e torcedores do Rubro-Negro que não foram sorteados para acompanhar a partida ganhavam a oportunidade de entrar pela primeira vez na Arena da Baixada versão Copa do Mundo.
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A procura era tão grande que os cambistas improvisados eram abordados com frequência. O modus operandi era o mais diverso possível: alguns aguardavam a aproximação dos interessados em adquirir os bilhetes ou abordavam aqueles que já haviam comprado de outro operário; outros usavam uma estratégia mais agressiva, oferecendo os ingressos a quem passava pelo local. O valor variava de R$ 70 a R$ 150, dependendo da quantidade adquirida e da capacidade do comprador de pechinchar.
As justificativas dos trabalhadores que abriram mão de um assento para o jogo eram as mais diversas. Um deles, por exemplo, alegou simplesmente não ser atleticano e preferiu tirar uns trocados do que repassar o tíquete a um amigo rubro-negro. Outro afirmou que ia todo dia ao estádio e que por ser religioso não tinha o menor interesse de ver a primeira vez do Furacão na casa nova. Ele revelou também que "nem todos os funcionários ganharam ingresso" porque alguns começaram a trabalhar muito recentemente na obra devido ao aumento da mão de obra necessária para atender ao pedido da Fifa no fim de janeiro e acelerar o ritmo da reforma.
Apesar da facilidade em conseguir ingressos ontem perto da Arena, a venda era feita de forma discreta. A tendência é que os compradores não tenham problemas para entrar no estádio. Isso porque nos bilhetes não há nenhuma especificação sobre o dono original ou a necessidade de apresentar um documento na entrada da estádio.