| Foto: Ana Luzia Mikos/ Gazeta do Povo

Cristiano Ronaldo é uma delícia! É até mais gostoso do que bonito. São generosos 300 gramas de bacalhau regados com muito azeite, queijo, azeitonas pretas, alho frito e salsinha. O sanduíche até já existia no City Bar, em Campinas, mas com outro nome. "Só que o lanche estava morto. Pediam uma vez por semana e olha lá. Eu ia até retirar do cardápio", conta José dos Santos Antônio, o Zé Português, proprietário do estabelecimento.

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Ele então decidiu repaginar o prato e batizá-lo de Cristiano Ronaldo, astro da seleção portuguesa, cuja base durante a Copa do Mundo é em Campinas. Foi como um toque de gênio do compatriota tão famoso.

Só sexta-feira, enquanto o time luso terminava o primeiro treino no "relvado" remodelado do CT da Ponte Preta, o City Bar servia no almoço cerca de 80 sanduíches alusivos ao melhor jogador do mundo. O sucesso do prato fez o caminho inverso ao do comerciante português, de 61 anos, que veio para o Brasil com apenas 15, e virou assunto na televisão portuguesa.

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"Dei várias entrevistas. Uma delas virou uma matéria de 11 minutos na RTP, a Globo deles lá", contou Zé, todo vaidoso. "Fiquei famoso, acho que o Cristiano Ronaldo é que devia pedir um autógrafo para mim", brincou.

Mas, por enquanto, a assinatura, um aceno, uma peça do uniforme, uma foto, qualquer coisa do atacante do Real Madrid virou objeto de cobiça – e histeria – em Campinas. No treino aberto de quinta-feira, dois torcedores agarraram juntos uma camisa lançada pelo jogador. O jeito foi rasgar a peça ao meio, pois ninguém quis abrir mão.

O treinamento levou 10 mil pessoas ao Estádio Moisés Lucarelli e foi ambientado pelos gritos incessante das fãs – mais da metade do público. Uma massagem no ego mais do que inflado do CR7, com direito a algumas propostas impublicáveis. Uma adolescente de 16 anos sofreu traumatismo craniano ao tentar tocar o ídolo e cair da arquibancada. Está em observação.

Já a manicure Naiara Castro dos Santos, de 19 anos, invadiu o gramado, mas acabou retirada pelos seguranças. Cristiano Ronaldo decidiu chamá-la de volta e esperou por dez minutos até a encontrarem em frente ao estádio. Depois de muito choro e tremedeira, ela ganhou camisa, autógrafo, abraço, foto e conseguiu mostrar ao ídolo a tatuagem "CR7" no braço.

São perto de 300 jornalistas acompanhando a seleção lusa. Assédio à altura de superpotências do futebol para um time de pretensões modestas. Tudo graças ao ídolo galã.

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