Quem vem?
Por questões de segurança, os países divulgam poucas informações sobre quais lideranças virão aos jogos. Veja as possibilidades de chefes de Estado virem a Curitiba.
Honduras: o presidente Juan Orlando Hernández Alvarado, o presidente do Congresso, Mauricio Oliva, e o atual presidente da Federação de Futebol do país,Rafael Leonardo Callejas Romero, ex-presidente do país (1990-1994), confirmaram presença no jogo contra o Equador.
Espanha: o embaixador no Brasil, Manuel de la Cámara Hermoso, deve assistir a alguns jogos, mas ainda não confirmou em quais cidades. Havia especulação de que o rei Juan Carlos viria ao Brasil, mas com as mudanças na monarquia não é possível afirmar se isso vai ocorrer. Segundo informações de bastidores, o rei só virá se a Espanha chegar à semifinal ou à final. Não há informações sobre a presença do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy.
Rússia: A embaixada da Rússia não tem confirmações sobre quais autoridades vão assistir aos jogos. Mas está descartada a hipótese de o presidente do país vir a Curitiba. Segundo a adido de Imprensa da Rússia "não faria sentido" vir agora na primeira fase, pois ele já vem para a final em São Paulo, no dia 13 de julho. De lá, Putin deve prosseguir para a cúpula dos Brics, em Fortaleza, no dia 15.
Equador: o presidente do Equador Rafael Correa esteve no jogo de abertura da Copa, na última quinta-feira. Mas não há informações sobre a vinda dele a Curitiba.
Argélia: o vice-presidente e o presidente do Senado vem ao Brasil.
Austrália: a embaixada do país não respondeu sobre a presença de autoridades. O país é o sexto entre os estrangeiros que mais compraram ingressos, com 52.289, segundo a Fifa.
Das seleções que disputam partidas pela Copa do Mundo em Curitiba, a espanhola, a russa, a iraniana e a nigeriana não são potências no futebol mundial, mas seus países mostram um fôlego impressionante para figurar no noticiário internacional. (Parênteses: a Espanha era uma das favoritas para o título, mas deve ser observada com desconfiança nos próximos jogos graças à derrota por 5 a 1 para os holandeses, na última sexta-feira.) O fato é que os quatro fornecem bastantes notícias. Tome como exemplo as páginas de Mundo publicadas somente neste ano. A crise nuclear do Irã, as relações com Israel e as idiossincrasias da lei islâmica que rege o estado iraniano apareceram com frequência no jornal. A Espanha, com a renúncia do rei Juan Carlos e as manifestações contra a monarquia, também. O sequestro de mais de 200 meninas e outras barbaridades cometidas pelos terroristas do Boko Haram colocaram a Nigéria sob escrutínio. E todo o bafafá no Leste Europeu, envolvendo russos e ucranianos, recebe atenção agora e há meses.
Espanha
A Espanha se recupera de uma crise econômica profunda que começou entre 2007 e 2008. No contexto dessa crise, em 2012, o rei Juan Carlos sofreu um acidente enquanto caçava elefantes em Botsuana, o que suscitou muitas críticas, pois representaria descaso do monarca com a situação dos compatriotas. No início deste ano, um escândalo de corrupção atingiu a família real espanhola. A infanta Cristina, filha do rei, foi convocada a depor sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema que envolvia um instituto presidido pelo marido dela, Iñaki Urdangarin. Todo esse desgaste, somado aos problemas de saúde, levou o rei Juan Carlos a renunciar no início deste mês. Ele disse que as novas gerações precisam ocupar o lugar de protagonista e vai passar o poder para o filho, o príncipe Felipe. As decisões do país são lideradas pelo presidente do governo, Mariano Rajoy. Uma mudança na monarquia pode amenizar a insatisfação popular com a política.
Rússia
Por causa do envolvimento na crise da Ucrânia, a Rússia domina as notícias internacionais há meses. O Kremlin apoia os rebeldes que lutam por independência no leste daquele país. A Crimeia fez um referendo para se desmembrar e, em seguida, foi anexada pela Rússia. Em regiões como Dunatsk e Lugansk, rebeldes separatistas continuam atuando e, recentemente, eles admitiram que havia participação de russos em suas forças. Devido à anexação da Crimeia, a Rússia foi suspensa do G8 e vem sendo alvo de sanções econômicas. Nesse mesmo evento, o presidente Vladimir Putin teve uma conversa breve com o novo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. O coordenador do curso de Relações Internacionais da Faculdade Rio Branco, Gunther Rudzit, ressalta que a Rússia é um ator central no mundo, que teve papel crucial nas decisões sobre a Síria e o Irã. O país tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e é também o único país com arsenal nuclear capaz de enfrentar os EUA.
Nigéria
Desde 2011, os ataques do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram têm aterrorizado a Nigéria, principalmente o norte do país. Neste ano, as ações dos terroristas, que eram ligados à Al-Qaeda, passaram a chamar atenção do mundo todo com o sequestro de quase 300 meninas em uma escola em Chibok, no estado de Borno. Manifestações de familiares e nigerianos solidários à causa exigiam mais atitude do governo do presidente Goodluck Jonathan, que, na opinião deles, estava demorando para tomar uma atitude. Algumas meninas conseguiram fugir do grupo, mas a maioria delas continua desaparecida. Potências internacionais estão ajudando o governo nigeriano nas investigações. Por outro lado, a Nigéria é o país com o maior PIB da África; ultrapassou a África do Sul no início deste ano, após uma revisão do cálculo.
Irã
Durante o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o Irã (que segue a sharia, regime de leis islâmico) era acusado de enriquecer urânio para fins não pacíficos e sofreu diversas sanções econômicas. O Brasil, sob a liderança do presidente Lula, e a Turquia tentaram intermediar um acordo nuclear, mas o projeto fracassou. Agora, o atual presidente do Irã, Hassan Rouhani, negocia um acordo nuclear com o ocidente. A expectativa é que até julho um acordo definitivo seja firmado. O doutor em ciência política Gunther Rudzit explica que, diferente de Ahmadinejad, Rouhani está mais alinhado com o aiatolá Khomeini, que é quem realmente manda no Irã. A decisão de ceder no acordo nuclear se deu porque o governo do país constatou que, com as sanções econômicas, o governo iraniano perderia o apoio popular.