Indefinição
Perímetros de segurança dependem de plano de mobilidade
Em grandes eventos, como uma Copa do Mundo, é comum a polícia definir perímetros de segurança para o deslocamento e acondicionamento dos agentes envolvidos. Em Curitiba, porém, esses cordões ainda não estão definidos e dependem da conclusão do plano de mobilidade urbana da cidade.
De acordo com o Plano Estratégico de Segurança da Copa 2014, divulgado no mês passado pelo Ministério da Justiça, esses perímetros serão definidos pela gerência geral de segurança do Comitê Organizador Local (COL) em parceria com os órgãos de segurança pública dos estados. "As vias mais largas têm características que podem garantir a segurança de torcedores, autoridades e esportistas. Esses pontos dependem do plano de mobilidade da cidade", afirma o major Nelson Pisque, presidente da câmara de segurança da Secretaria Especial para Assuntos da Copa do Mundo no Paraná.
Três rotas
Pisque adiantou, porém, que a PM trabalha com três rotas principais: Avenida das Torres, Boqueirão e Contorno Sul. "Os deslocamentos devem se concentrar entre o aeroporto, o centro da cidade, a rede hoteleira, o centro de treinamento e a Arena da Baixada", diz.
Esses perímetros de segurança deverão ganhar endereço mais preciso a partir da entrega do Plano Tático de Grandes Eventos, documento que deverá será enviado até o fim do ano pelas secretarias estaduais de Segurança Pública para o Ministério da Justiça.
Equipamentos
Veja os itens que serão instalados nas cidades que sediarão jogos da Copa:
Centro Integrado
Nessa estrutura será possível ter uma visão global das operações, com integração aos centros nacionais e móveis. Emergências serão vistas em tempo real, e registros criminais poderão ser pesquisados imediatamente.
Centros Móveis
As duas unidades que serão instaladas em cada cidade se deslocarão até aglomerações relacionadas aos grandes eventos, como as festas oficiais da Fifa e as fan fests.
Link de comunicação
Aparelho que conecta os CICC móveis aos centros regionais e nacionais.
Tecnologias embarcadas
Duzentos computadores de bordo serão destinados às viaturas policiais. Fornecerão acesso à integração de sistemas, mancha criminal e identificação de suspeitos.
Imageamento aéreo
Instalado em helicópteros ou aviões, o equipamento captará imagens e as enviará aos centros de controle.
Delegacia móvel
Viatura com infraestrutura para o registro de ocorrências.
Desencarceradores
Três equipamentos para uso do Corpo de Bombeiros destinados à remoção de vítimas de acidentes de trânsito presas em ferragens.
Kit antibomba
Com veículo, roupa de desfragmentação, robô antibomba e raios X, que formam o aparato para desarmar bombas com segurança.
Kits menos letais
De menor potencial ofensivo, o conjunto é composto por arma, dispositivo e lançadores de granadas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, espargidor, bala de borracha e pistola elétrica.
Plataformas móveis
Equipamento que possibilita a observação de uma aglomeração a partir de uma grande altura. Comporta até três policiais que, em caso de incidentes, podem acionar a equipe de solo.
Fonte: Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça.
O Paraná deverá receber R$ 75 milhões em equipamentos de segurança do governo federal visando à Copa do Mundo de 2014. No total, as 12 cidades-sede do evento receberão investimentos na ordem de R$ 1,17 bilhão, que serão utilizados na construção de 14 Centros Integrados de Comando e Controle (CICC). A expectativa é de que a licitação para a escolha da empresa ocorra em até 90 dias e a infraestrutura esteja pronta até dezembro de 2013.
O valor destinado ao Paraná é uma estimativa da Polícia Militar do estado. O Ministério da Justiça ainda não confirma a fatia do bolo de cada sede do evento.
De acordo com a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça, o Distrito Federal e as 11 capitais-sede do evento da Fifa receberão um CICC regional. Brasília e Rio de Janeiro serão contemplados também com centros nacionais, unidades responsáveis por interligar todas as demais sedes regionais.
Segundo o major Nelson Pisque, presidente da Câmara de Segurança da Secretaria Especial para Assuntos da Copa do Mundo no Paraná, os centros possibilitarão integrar as polícias Federal e Rodoviária Federal com a Força Nacional de Segurança Pública e com todas as polícias estaduais cujas capitais terão jogos. "Se houver uma ocorrência em Fortaleza, teremos os detalhes dela no Paraná. Assim, podemos evitar que uma mesma pessoa cause transtornos em diversas cidades-sede".
As primeiras capitais a receberem os CICC são aquelas que sediarão a Copa das Confederações (Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza e Natal). O governo federal prevê que essas cidades vão começar a receber os equipamentos a partir de fevereiro e que os centros estejam instalados até maio do mesmo ano um mês antes do evento.
Apesar de não sediar a Copa das Confederações, Curitiba e as demais capitais também devem receber seus primeiros equipamentos no primeiro semestre de 2013. "Como algumas aquisições são feitas em lotes, é possível que recebamos antes alguns itens", diz Pisque.
Equipamentos
Entre o que deve ser antecipado, a Polícia Militar do Paraná deverá ganhar um equipamento que será acoplado a um dos dois helicópteros da corporação para captar imagens e enviá-las aos centros de controle. Além disso, deve receber três desencarceradores, para remoção de vítimas de trânsito, e três plataformas de observação e plataformas móveis que comportam até três policiais e contarão com câmeras para facilitar a observação de aglomerações no mundial.
Além desses três itens, cada estado deverá receber do governo federal links de comunicação para os centros de controle fixo e móveis, 200 unidades de tecnologia embarcada para viaturas, kits de operação não letais, com pistolas elétricas e lançadores de granadas de gás lacrimogêneo, e um sistema antibomba completo (veículo, roupa de desfragmentação, robô antibomba e raios X), além de uma delegacia móvel integrada aos CICC.
Segundo a Polícia Militar, está indefinido o local onde o centro de comando e controle paranaense será instalado, mas a sede da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no Centro Cívico de Curitiba, é um dos locais estudados para receber as instalações. O estado ainda contará com outros dois centros móveis, que funcionarão em ônibus, e outro que ficará na Arena da Baixada, estádio sede de quatro partidas da Copa do Mundo.
Tanto o governo federal quanto o estadual garantem que, após os eventos da Fifa, os equipamentos continuarão à disposição dos estados. "Vamos continuar integrados e o governo federal deverá integrar em médio e longo prazo as demais capitais que não são sedes dos jogos com centros de menor porte", adianta Pisque.
Evento também terá centro de segurança internacional
Além dos 12 centros de comando e controle regionais, a Copa de 2014 também terá um Centro de Cooperação Policial Internacional, composto por forças de segurança de todos os países envolvidos na competição e por países que fazem fronteira com o Brasil.
De acordo com o Plano Estratégico de Segurança do evento, do Ministério da Justiça, cada país deverá ter dez representantes, sendo que dois ficarão no centro policial internacional e oito em locais de concentração dos seus torcedores. Esses membros internacionais estarão desarmados.
A segurança no país foi dividida em três eixos de ação: ameaça estratégica, proteção de portos, aeroportos e fronteiras e ameaças internas. A Polícia Federal brasileira já dispõe de dados do sistema de procurados internacionalmente da Interpol, a polícia criminal internacional, mas estuda a possibilidade de dar acesso a esse sistema às demais forças policiais envolvidas no evento.
Em arenas esportivas, campos e centros de treinamento, hotéis de seleções e de membros da Fifa, a segurança será responsabilidade de agências privadas, contratadas exclusivamente para a Copa do Mundo e Copa das Confederações. Isso será algo inédito no país, já que a segurança em estádios ainda é realizada pelas forças policiais.
Integração depende de mudanças políticas
A integração das forças policiais proposta pela instalação dos Centros Integrados de Comando e Controle pode não ocorrer se não houver políticas convergentes. Esta é a opinião do sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Grupo de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná. "O aporte técnico-científico em uma estrutura arcaica melhora um pouco, mas a eficácia é baixa. Esse rearranjo [integração policial] depende de questões políticas", diz.
Segundo o sociólogo, a prática mostra que existe concorrência policial, bem distante da almejada integração. "É a famosa briga entre as polícias". Ele vê com desconfiança a proposta de integração entre as cidades-sede da Copa das Confederações, que receberão os equipamentos um mês antes do evento. "Essas coisas exigem treinamento, não é só apertar um botão", critica.
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