Estratégia
França apela a baixinho para encontrar a vitória em Brasília
Após insistir no grandalhão Giroud (1,92 m) no comando do ataque francês até os 17/2º, o técnico Didier Deschamps mudou o panorama do jogo ao substituí-lo pelo baixinho Griezmann (1,67 m). A mudança teve efeito direto no desempenho do craque do time, o atacante Benzema, que passou a atuar centralizado. Com mais velocidade pelas pontas, com Valbuena aberto pela direita e Griezmann pela esquerda, o time sufocou a Nigéria nos minutos finais. Ambos foram decisivos para os dois gols franceses. Valbuena fez as duas assistências e Griezmann dividiu a bola no lance que originou o gol contra de Yobo. Deschamps deve manter o trio ofensivo nas quartas de final.
Se passar pelo segundo desafio de sua "Copa América" particular, o Brasil terá pela frente uma pedreira europeia na semifinal da Copa do Mundo. Alemanha e França despacharam ontem os dois últimos africanos do torneio e vão fazer o outro duelo da chave de brasileiros e colombianos nas quartas de final. Após a queda de Espanha, Inglaterra, Itália e Uruguai, os resultados reforçam o peso dos campeões mundiais que restam na competição.
Ambos têm história suficiente para tornar um possível confronto contra a seleção brasileira dramático. Apesar da derrota para o Brasil na Copa de 2002, os alemães são os únicos a chegar a sete decisões. Do outro lado, os franceses são os maiores algozes brasileiros em Copas provocaram as eliminações de 1986, 1998 e 2006.
Os vizinhos europeus também carregam uma dose extra de rivalidade entre si. Eles se enfrentaram três vezes em Mundiais, com uma vitória, um empate e uma derrota para cada. Em 1982, fizeram uma semifinal épica, que acabou em 3 a 3 os alemães venceram nos pênaltis, mas o desgaste da partida foi fundamental para a derrota na decisão contra a Itália.
"Bleus" embalam
Apesar de chegar desacreditada ao Brasil, a França construiu uma campanha consistente. Classificou-se em primeiro lugar para as oitavas e ontem fez um jogo de inteligência para superar a Nigéria. A estratégia de poupar quatro titulares no 0 a 0 contra o Equador deu certo e o time surpreendeu fisicamente os africanos, consolidando a vitória a partir dos 34/2.º.
Autor do primeiro gol e eleito melhor jogador da partida, o meia Pogba não escondeu a euforia com a trajetória. Perguntado sobre a dificuldade do duelo contra os alemães, ele não disfarçou o otimismo. "Por que teria medo? Nós somos a seleção da França, não temos medo de ninguém", afirmou.
O jogador da Juventus também comentou sobre o "sonho" de enfrentar os brasileiros. "Quando eu era menino, vi a final entre França e Brasil. Há sempre rivalidade. Então, para mim, seria um prazer."
Ao contrário do meia, o técnico da França, Didier Deschamps, seguiu o script da véspera do jogo e conteve novamente o tom das declarações sobre o futuro da França na competição. "Fazemos parte das oito seleções que ainda estão aqui. Isso significa muita coisa. Não vamos ser pretensiosos, mas estou muito orgulhoso", disse.
O treinador também comentou sobre a dificuldade de enfrentar a torcida brasileira. Ontem, as arquibancadas do Estádio Nacional de Brasília ficaram ao lado da Nigéria durante toda partida. "A Copa não é na França, então temos de nos adaptar", disse Deschamps, que ontem completou 10 jogos de invencibilidade em Mundiais seis como jogador, em 1998, e quatro como técnico, em 2014.
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