O ex-chefe da Guarda Popular do Internacional-RS, Hierro Martins, acusou o diretor de seleções da Argentina e ex-técnico Carlos Bilardo de ajudar os barras bravas na viagem ao Brasil para a Copa do Mundo.
Martins, que está afastado da organizada e foi acusado de tentativa de homicídio, é o principal contato no Brasil da facção mais violenta de torcedores do país vizinho.
"Eu sei que eles conseguiram muitas coisas com a ajuda de Carlos Bilardo", disse ele, em participação no programa de rádio Código de Barras, transmitido pela Rádio Cadena Uno de Buenos Aires, nesta segunda-feira (9) à noite. Questionado especificamente sobre ingressos, desconversou.
Durante a participação ao vivo na emissora, Martins disse não ter meios para fornecer nenhum bilhete dos jogos da Argentina para os barras bravas. Há alguns meses, havia prometido pelo menos 300 para os confrontos da primeira fase. Ele negociava para obter estadia para os barras em Porto Alegre, onde acontece a partida diante da Nigéria. Sem poder sair do Brasil, até mandou um representante para conversar com Pablo Álvarez, o Bebote, líder da organizada do Independiente e um dos mais conhecidos barras bravas do país.
As tratativas passavam também pela Hinchadas Unidas Argentinas, ONG que reunia torcedores de vários clubes locais. A entidade foi dissolvida no início deste mês.
A cessão de ingressos para os barras bravas é tema polêmico. A AFA (Associação de Futebol Argentino) tenta se afastar ao máximo do problema e jura não ter dado nenhuma ajuda para os organizados. Estes pressionam a entidade por conseguir tantos bilhetes quantos sejam possíveis. Uma das intenções é usar uma parte para revender no mercado paralelo e custear a estadia no Brasil durante o torneio.
A reportagem telefonou para o celular de Carlos Bilardo, mas ele não atendeu ás ligações. O técnico campeão mundial em 1986 está hospedado na Cidade do Galo como integrante da comissão técnica de Alejandro Sabella.
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