O técnico Alejandro Sabella transformou, com a Copa do Mundo em andamento, uma defesa de qualidade suspeita em uma das melhores do Mundial. Criticada desde o momento da convocação, em maio, a zaga argentina tem apenas três gols sofridos em seis partidas. Mais do que isso: nas oitavas, quartas e semifinal, não foi vazada nenhuma vez.
A Alemanha, adversária da final de domingo (13), no Maracanã, levou quatro gols até agora na competição. A Costa Rica sofreu apenas dois, mas caiu nas quartas de final.
"Não é questão de ser ofensivo ou defensivo. É questão de ser equilibrado. Conseguir chegar ao ataque e correr poucos riscos atrás. Quem faz isso bem tem grandes chances de ganhar um jogo de futebol", raciocina o lateral Pablo Zabaleta.
Para acertar a seleção defensivamente, o treinador foi mudando a escalação durante o torneio. Contou também com a "ajuda" de contusões.
Federico Fernández era a peça mais insegura da linha de quatro na retaguarda. Foi substituído por Martin Demichelis, zagueiro que saiu de um ostracismo de três anos sem ser convocado para virar titular antes das quartas de final contra a Bélgica.
Sem ser teimoso, Sabella percebeu que os passes errados e a lentidão de Fernando Gago estavam atrapalhando a armação e sobrecarregando Javier Mascherano na cabeça de área. Entrou Lucas Biglia para fechar a marcação no meio-campo.
O técnico trancou a Argentina na Cidade do Galo, em Vespasiano (27 km de Belo Horizonte), desde a chegada ao Brasil, em 9 de junho. Sua maior preocupação sempre foi o posicionamento do time. "Ocupar espaços", como não se cansa jamais de repetir. E se ele tem fixação sobre o assunto ao falar sobre a imprensa, é impossível imaginar que seja diferente com o elenco.
"Alejandro sempre ressalta a importância de que a gente jogue com inteligência tática. Saber ocupar os espaços é fundamental. Movimentar-se bem e preencher os vazios do campo", ressalta Mascherano, em frase que cairia bem na boca do próprio chefe.
A Argentina também foi "beneficiada" com a entrada de Ezequiel Lavezzi. Quando Sergio Agüero sofreu lesão na coxa, contra a Nigéria, o atacante do Paris Saint-Germain herdou a vaga na equipe. Aceitou se sacrificar pela causa, sempre voltando para acompanhar o avanço do lateral adversário. Contra a Holanda, Enzo Pérez ofereceu ajuda a Zabaleta na marcação a Robben e força física para puxar os contra-ataques.
Ninguém está imune à volta para auxiliar a defesa. Nem mesmo Lionel Messi.
Há um preço físico para isso. Higuaín foi substituído na metade do segundo tempo diante da Holanda. Lavezzi aguentou os 90 minutos, mas, na prorrogação, estava exaurido e teve de dar lugar a Maxi Rodríguez. Zabaleta era a imagem do cansaço na saída do estádio.
A Argentina vai à final após disputar duas prorrogações a partir das oitavas de final [contra Suíça e Holanda]. A Alemanha passou por isso apenas contra a Argélia.
"Todo mundo está cansado. Eles terem um dia a mais de descanso é uma vantagem, claro. Mas estamos a uma partida do maior momento de nossas vidas. Vamos entregar tudo em campo. Fazer o que Alejandro pedir". garantiu Higuaín.
Sabella está sendo recompensado também - e na hora certa - pela fé mostrada em alguns jogadores. Sergio Romero defendeu dois pênaltis diante dos holandeses mas, antes disso, já havia feito defesas importantes contra Suíça, Nigéria, Irã e Bósnia.
Ezequiel Garay tem jogado de forma consistente, assim como o lateral Marcos Rojo. Todos questionados antes de começar o Mundial.
"A gente não pode falar de como estamos defendendo sem citar Masch [Mascherano]. Ele tem sido um leão", elogia Romero.Não deixa de ser irônico que a Argentina tenha chegado na Copa do Mundo apoiada em um ataque com Di María, Aguero, Messi e Higuaín. Mas pode voltar para casa campeã por causa de sua criticada defesa.
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