Gago abraça Messi, que encerrou contra a Bósnia um jejum de oito jogos sem marcar gols em Copas do Mundo| Foto: Hugo Harada, enviado especial/ Gazeta do Povo

Personagem

Em primeiro encontro com o Maracanã, Messi marca gol em atuação razoável

Na primeira vez em que jogou no Maracanã, Lionel Messi teve atuação apenas razoável. Suficiente para dar a vitória para a Argentina diante da frágil Bósnia. E voltou a balançar a rede em Copa do Mundo após oito anos.

O primeiro e até então único gol do argentino havia sido na Alemanha, em 2006, nos 6 a 0 sobre a Sérvia e Montenegro. De lá para cá, foram oito jogos em branco em Mundiais – incluindo todos os cinco da África do Sul-2010. "O importante é começar com vitória, pela ansiedade, pelo que significa a competição. Mas temos coisas a melhorar", comentou Messi.

O início dele foi promissor. La Pulga cobrou a falta que originou a abertura do placar, contando com o desvio de Kolasinac. Foi o gol contra mais rápido da história do torneio, com 144 segundos. Superou o de Gamarra, em 2006, aos 166 segundos. Depois, o meia-atacante sumiu.

Já na etapa final, o camisa 10 teve boa oportunidade em outra batida de falta, esta central. As luzes das câmeras de celular se acenderam na arquibancada para registrar o lance. O chute foi por cima. O momento histórico viria a seguir, aos 19. Messi carregou a bola pelo lado direito, tabelou com Higuaín, cortou para o meio e chutou forte: 2 a 0.

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A Copa do Mundo teve ontem à noite um confronto antecipado entre brasileiros e argentinos, dois dos favoritos para chegar à final. Fora de campo, travado por mais de 74 mil torcedores nas arquibancadas do Maracanã, logo no retorno do palco ao Mundial após 64 anos.

Confira a nota dos jogadores e quem foi o craque da partida

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Ao longo de toda a estreia da Argentina – vitória por 2 a 1 sobre a Bósnia e Herzegovina, pelo Grupo F – as torcidas rivais prota­­go­­nizaram uma batalha pela hegemonia da principal praça esportiva do país. Ora com predominância dos locais, ora dos forasteiros.

Antes de a bola rolar, os hermanos fizeram do estádio uma versão de La Bombonera, a mítica cancha do Boca Juniors, em Buenos Aires. Penduraram faixas e bandeiras em azul e branco por toda a parte. Cantaram sem concorrência alguma, exceto do sistema de som, ambos em volume altíssimo.

"Não há nada igual no planeta. Não tem explicação. É algo que se sente", comentou Nícolas Hernandez, comerciante que veio para o Rio de Janeiro com o filho Arturo, especialmente para o evento.

O duelo no gogó começou depois do gol de abertura. Passado um minuto, Lionel Messi cobrou falta pela esquerda, a bola desviou em Kolasinac e entrou. Explosão de alegria e, em uníssono: "Argentina, Argentina, Argentina".

Também em número expressivo, os brasileiros tentavam recuperar o domínio do espaço. Para tanto, adotaram a Bósnia na tentativa de empurrar os europeus rumo ao empate.

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"Não podemos deixar eles se sentirem no país deles. Aqui é Brasil, a Copa é nossa", declarou André Reis, advogado que estava trajado com a camisa do Flamengo.

Quando os estreantes no torneio trocavam passes, gritos de "olé", e vibração intensa nos lances de perigo. Os donos da casa também responderam às provocações de que "Maradona é melhor com Pelé", repetindo "pentacampeão" (os concorrentes são bicampeões). Depois, entoaram "Messi, viado". Alguns torcedores ficaram mais exaltados e os seguranças precisaram intervir.

Os bósnios se fortaleceram com o apoio emprestado – a torcida deles era pequena. "Foi fenomenal. Usei isso para animar a minha equipe no intervalo. Ficamos muito agradecidos", revelou o treinador Safet Susic.

Do outro lado, Alejandro Sabella fugiu ao ser questionado sobre o assunto. "Penso que temos de tratar de temas futebolísticos. Não quero entrar em polêmica ou dar alguma declaração comprometedora", disse o técnico da Argentina.

O técnico Luiz Felipe Sco­­lari e o lateral-direito Da­­niel Alves já disseram que gosta­­riam de ver o Brasil com a Argentina na decisão da Copa. Ontem foi possível ter uma amostra.

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