Felipão pede uma trégua à torcida nesta tarde no Morumbi| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Personagem

Willian provoca a única dúvida de Felipão para a estreia

Luiz Felipe Scolari confia que a seleção brasileira está quase pronta para enfrentar a Croácia, dia 12, na estreia da Copa do Mundo. Até lá, o treinador entende que a equipe precisa ajustar, basicamente, o posicionamento nas bolas paradas. "Não estão saindo os gols que desejamos nos escanteios. Falta uma penetração de um ou outro, um sincronismo para os movimentos. Isso que vamos ter de trabalhar. A parte tática evoluiu bastante e no restante estamos quase prontos", avaliou.

Willian provoca em Felipão a única dúvida em manter a escalação que conquistou a Copa das Confederações, no ano passado. O meia-atacante do Chelsea tem sido o destaque da fase pré-Copa.

Dedicação e bom futebol que renderam ao meia uma chance no lugar de Oscar no amistoso em Goiânia, terça-feira, vitória por 4 a 0 sobre o Panamá. Oportunidade aproveitada com movimentação intensa no setor ofensivo e a marcação do quarto gol. É justamente Oscar quem pode perder a posição com a ascensão do companheiro. O também atleta do Chelsea não participou do treino de ontem, liberado para acompanhar o nascimento de sua primeira filha, Júlia, em São Paulo. O concorrente ocupou a vaga entre os titulares.

Mudança não confirmada para o amistoso de hoje à tarde, contra a Sérvia. "Depende do que eu conversar com o Oscar hoje [ontem] à noite. Saber o que ele viveu, a intensidade, tudo mais. Acredito que ele vai chegar feliz da vida e dizer que está pronto", comentou Scolari. Enquanto a definição não acontece, sobram elogios para Willian. "Ele tem minha confiança total", diz o treinador.

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O Brasil realiza com a Sérvia, hoje, às 16 horas, o último amistoso antes da estreia na Copa do Mundo – dia 12, contra a Croácia. Compromisso em São Paulo, no Morumbi, que se transformou num problema na preparação do time – o técnico Luiz Felipe Scolari teve de engolir a escolha do local.

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Confira as escalações de Brasil e Sérvia para o amistoso

"O presidente [José Maria] Marín perguntou se eu podia jogar em São Paulo. Eu perguntei se não podia jogar em outro estado, ele disse que não, por isso e por isso. Respondi que então não precisava me perguntar nada", declarou o treinador.

O temor é sobre a receptividade dos torcedores. Os paulistas costumam ter paciência curta com a seleção. Dois conflitos pelas Eliminatórias entraram para a história.

Em 2000, na estreia de Leão no comando da seleção, o triunfo diante da Colômbia ocorreu apenas aos 47 minutos do 2.º tempo, gol do zagueiro Roque Júnior. Antes, insatisfeitos, os torcedores atiraram as bandeiras do Brasil na direção do campo.

Depois, em 2007, sobraram vaias para o Brasil, dirigido desta feita por Dunga. Contrariedade que cessou somente na virada do placar, 2 a 1, no clássico com o Uruguai.

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Sem alternativa, Felipão não quer dar margem para uma despedida traumática, logo na cidade que receberá a abertura do Mundial, no Itaquerão. "Vamos jogar de uma forma consistente para que e o torcedor tenha confiança. Se a história diz que São Paulo é arredia, é hora de mudarmos", afirmou.

A tendência para esta tarde é de estádio lotado. Até ontem foram vendidos cerca de 57 mil dos 64.780 ingressos disponibilizados nas bilheterias.

Outro fator complicador no teste derradeiro do Brasil é o adversário. Scolari gostaria de enfrentar uma seleção mais fácil. "Normalmente, a gente analisa e quer jogar com uma equipe mais fraca", revelou o treinador, sobre a disposição anunciada ainda no ano passado.

O objetivo era jogar com os sérvios há uma semana, na sexta-feira. Antes do duelo com o Panamá, vencido por 4 a 0, com tranquilidade, na última terça-feira, em Goiânia. Entretanto, por questões internas, o desejo de Felipão novamente não pôde ser atendido. "Não conseguimos, vamos fazer dessa forma", afirmou.

Os sérvios ficaram em terceiro no Grupo A das Eliminatórias europeias, perderam a vaga para Bélgica e, justamente, para a Croácia. Foram escolhidos por apresentarem características parecidas às dos croatas. Geralmente, um conjunto forte defensivamente – com até cinco atletas compondo o meio– e jogadores habilidosos quando saem para o ataque.

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A forte "pegada", aliás, preocupa o treinador brasileiro, uma semana antes da largada. "A Sérvia tem excelentes jogadores, marca de forma viril. Vamos ver se conseguimos terminar com um resultado positivo e sem problemas de lesões", disse. "É outro estilo [na comparação com o Panamá], mas temos nosso estilo e temos de nos impor", avaliou o volante Luiz Gustavo.