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Dos 200 gols na carreira, apenas oito foram cobrando falta, quatro pelo Santos e quatro pela Seleção Brasileira | Hugo Harada, enviado especial
Dos 200 gols na carreira, apenas oito foram cobrando falta, quatro pelo Santos e quatro pela Seleção Brasileira| Foto: Hugo Harada, enviado especial

Sem pressão

Fred não promete gols para evitar cobrança

Normalmente falastrão, Fred preferiu não prometer gols na Copa do Mundo. O atacante da seleção brasileira quer evitar as cobranças. "Eu falei que faria gols na Copa das Confederações, fiquei dois jogos sem marcar e quase me mataram", declarou o atacante, em entrevista coletiva, ontem, na Granja Comary. "Mudei de tática, não vou falar nada", complementou.

O jogador retomou o posto de camisa 9 do Brasil quando Luiz Felipe Scolari assumiu a equipe, substituindo Mano Menezes. A partir daí, Fred diz ter recuperado a confiança. "Graças a Deus o Felipão assumiu a seleção e ele adora jogar com centroavante. Ele me deu mais oportunidades, inclusive quando passei momentos difíceis na Copa das Confederações", comentou. Fred foi um dos artilheiros da competição, com 5 gols, ao lado de Fernando Torres, da Espanha.

A preparação da seleção brasileira na Granja Comary reforça o tabu da "Neymardependência", assunto que o técnico Luiz Felipe Scolari e os jogadores detestam abordar. Referência do Brasil com a bola rolando, o camisa 10 também é o responsável por cobranças de escanteios, faltas e pênaltis na Copa do Mundo.

Nos tiros de canto, Neymar bate tanto pelo lado direito, quanto pelo esquerdo. O mesmo vale para as infrações laterais com possibilidade de cruzamento na área para o cabeceio.

Nas faltas centrais assinaladas próximas ao gol adversário, com possibilidade de arremate direto, o atacante tem preferência total. Do lado esquerdo do ataque brasileiro, mais à feição para o pé direito do jogador, assim como no flanco oposto.

Neymar mostrou pontaria certeira nos 4 a 0 diante do Panamá, no amistoso do último dia 3. Numa partida até então ruim em Goiânia, o barcelonista desafogou a pressão sobre o time ao inaugurar o placar de falta. Mandou por cima da barreira, o goleiro McFarlane se esticou todo e não alcançou. "Sempre treinei, desde o primeiro dia de profissional. E venho cada vez mais me aperfeiçoando", comentou o Neymar.

A incumbência das bolas paradas é algo recente na carreira de Neymar. Não era assim nos tempos de Santos, quando Elano e Paulo Henrique Ganso eram os especialistas. Nem é atualmente jogando no Barcelona – Lionel Messi é o batedor oficial.

Dos 200 gols que já anotou na carreira, apenas oito foram desta forma – quatro pelo Santos e quatro pela seleção. Com a amarelinha, além do tento contra o Panamá, fez nos triunfos por 4 a 2 com a Itália, pela Copa das Confederações, e nos 2 a 0 com a Coreia do Sul, em amistoso, ambos no ano passado. E nos 3 a 1 contra a Bielorrússia, em 2012, outro amistoso.

Neymar só não é o encarregado das faltas de longa distância com oportunidade de conclusão. "Se for mais longe, é o David [Luiz] ou o Daniel [Alves], que têm uma bola chata que sobe e desce. Willian também pode cobrar de perto. A gente tem tudo mais ou menos delineado. Quando chegar na hora eles têm de saber", explica Scolari.

Todo final de treino na Granja Comary, o quarteto aprimora o fundamento por cerca de 20 minutos, com a colaboração dos goleiros e utilizando uma barreira de madeira. Cada um executa em torno de 10 batidas.

Ação mais importante do jogo, pênalti também é com o Neymar. Caso não esteja no gramado ou sem condições físicas, Fred é o número 2. Se o centroavante não puder, o lateral-esquerdo Marcelo assume o encargo.

"Quando chegar na hora, nem adianta olhar para mim que não vai bater. Se não morrer nenhum dos três, eles vão bater o pênalti. Neymar, Fred ou Marcelo", afirmou Felipão.

Num dos dias de treino em Teresópolis, na semana passada, o craque ousou. Correu em direção da marca da cal e ao aproximar-se da bola chutou com o pé de apoio (esquerdo). Ludibriado, o arqueiro Victor nem se mexeu e ainda teve de ouvir os aplausos da torcida.

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