Capitão da seleção brasileira tricampeã do mundo em 1970 no México, Carlos Alberto Torres alertou na manhã desta quinta-feira que ainda falta muita coisa para a equipe de Luiz Felipe Scolari poder ser favorita ao título na Copa de 2014. Ele destoou de Zagallo, Amarildo, Bebeto e Ronaldo, outros embaixadores que representam o futebol brasileiro no sorteio dos grupos do Mundial, na Costa do Sauípe (BA), mas disse que não poderia deixar de falar o que pensa.
"O time ainda não está 100%. Tive a honra de ser convidado para presidir a delegação brasileira nos amistosos de novembro (contra Honduras e Chile) e de conhecer os meninos um pouco mais de perto. Eles estão motivados, são bons jogadores, mas ainda temos de colocar o pé no chão e saber que ainda fala muita coisa para o time possa chegar aqui e ser campeão. Me desculpem os companheiros de mesa, mas o fato de ser sede do Mundial e de que teremos o apoio da torcida não é garantia de que vamos ser campeões", disse o ex-jogador, na entrevista coletiva realizada no resort do litoral baiano onde vai ser realizado o sorteio dos grupos da Copa, na tarde desta sexta.
Fantasma de 50
Carlos Alberto Torres revelou que a comissão técnica da atual seleção tem feito um trabalho psicológico para que o "fantasma" da Copa de 1950 não afete os jogadores que tentarão conquistar o título pela primeira vez em território nacional. "O fator de 1950 pode ajudar, mas também pode atrapalhar. Em 1950 isso desestabilizou o grupo. Jogamos muito mal o primeiro tempo contra o Uruguai (na semifinal da Copa de 1970, que o Brasil venceu de virada por 3 a 1). Tivemos de levar uma bronca do Zagallo no vestiário para reagir", ressaltou.
Para o capitão do tri, o Brasil já teve até seleções melhores do que a atual, mas que não foram campeãs mundiais. "Sou otimista, torço pela seleção, mas sou realista. Temos de nos preparar. O Brasil tem tudo para ser campeão, mas vamos esperar mais um pouco", completou.
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