Neymar comemora o gol de falta que abriu a vitória do Brasil: cobrança perfeita| Foto: Fernando Bizerra Jr./ EFE

O show de Neymar

A exemplo da seleção, Neymar demorou a engrenar. E carregou o Brasil para a vitória. Veja os melhores momentos do craque:

1º tempo

17 min – Cercado por dois adversári os, dá uma caneta no árbitro Oscar Orozco na intermediária.

25 min – Recebe de Ramires, avança em velocidade, pedala e é parado com falta perto da área.

26 min – Bate a falta no ângulo superior direito: 1 a 0.

39 min – Recebe passe de Luiz Gustavo, dribla o adversário e cruza na área. No rebote, Oscar serve Daniel Alves, que faz 2 a 0.

2º tempo

1 min – De calcanhar, toca para Hulk marcar o terceiro.

4 min – Avança pela direita e cruza para Fred cabecear para fora.

7 min – Entra na área pela esquerda e solta um petardo defendido por McFarlane.

13 min – Maicon cruza, a zaga corta e o atacante dá um chapéu para recuperar a bola na área panamenha.

22 min – Sofre uma falta dura de Gomez, punido com cartão amarelo.

27 min – Recebe de Luiz Gustavo, avança até a entrada da área e dá o passe para Maxwell, na jogada que termina no gol de Willian.

32 min – Recebe passe de Willian e dá uma bicicleta (impedido).

34 min – Sob gritos de olé, chapela Gomez no meio-campo.

Fim de jogo – Posa para fotos com todos os jogadores panamenhos e dá sua camisa para Cummings.

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O jogo

A seleção começou devagar, chegou a ouvir vaias, mas deslanchou graças a Neymar. Primeiro, abriu o placar. Depois, contribuiu nos lances das três bolas na rede do Brasil sobre o modesto Panamá. Se o resultado foi bom, o desempenho deixou Felipão com a pulga atrás da orelha.

Craque: Neymar

Recebeu a falta e depois cobrou com perfeição para salvar a seleção das vaias. Liderou o time até o fim, com dribles, assistências e todo arsenal que seu talento permite.

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Bonde: Oscar

Entre os jogadores brasileiros, o demérito de pior da partida ficou entre o meia do Chelsea e o atacante Fred. Mas o camisa 11 ganha a parada porque tem uma sombra pedindo passagem – e sua posição no time: Willian.

Guerreiro: Willian

Substituiu Oscar no segundo tempo e contribuiu muito mais para o sistema ofensivo do time de Felipão – fez inclusive um gol. Mostrou estar com vontade de ganhar a vaga entre os titulares.

O passe longo errado de David Luiz esgotou a paciência da torcida. Era metade do primeiro tempo e boa parte do Serra Dourada começou a vaiar a seleção brasileira. O empate sem gols com o Panamá era reflexo direto de uma atuação ruim. Bastaram dois minutos para Neymar resolver o problema.

Em uma jogada individual, sofreu falta pela meia esquerda, perto da área. Da posição em que tem apresentado melhor rendimento nos treinamentos, colocou a bola no ângulo superior direito de McFarlane. O 200.º gol na carreira, primeiro em dois meses, abriu o caminho para uma goleada com a assinatura do craque. O camisa 10 participou dos três outros gols dos 4 a 0 sobre os panamenhos. Deu dribles, chapéus, caneta no juiz, uma bicicleta na grande área. Fez aquilo que o Brasil espera dele na Copa do Mundo: foi a salvação de um time que não encontrava o caminho.

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"A gente começou meio devagar e foi crescendo com o tempo. Colocamos nosso ritmo e fizemos o placar", afirmou o jogador, que revelou certo incômodo com a reação do público às dificuldades iniciais. "Vou até pedir um pouco mais de paciência para a nossa torcida, tomamos vaia no começo. Esse campo é ruim, não estamos acostumados", argumentou.

O próprio Neymar demorou a engrenar. Até fazer o gol de falta, pouco participou do jogo. Perdeu a bola no primeiro toque e, estático pela direita, custou a se livrar do bloqueio defensivo panamenho. Reflexo natural do fim de temporada na Europa, em que uma contusão o fez estar em campo apenas seis vezes nos dois últimos meses.

"Ainda não estou pronto fisicamente. Falta ritmo de jogo, cansei no final. Hoje estou a 70%, mas dá tempo de melhorar porque faltam nove dias para a estreia", afirmou. "Ele precisa de ritmo, de jogar. Não será poupado, a não ser que aconteça algo", disse o técnico Luiz Felipe Scolari, negando qualquer intenção de deixar o atacante fora de algum treinamento até a estreia no Mundial ou do amistoso de sexta-feira, com a Sérvia.

Sempre em campo, Neymar irá também preparar as canelas. No fim do primeiro tempo, tomou cartão amarelo por reclamar de uma pegada de Cooper. Na metade do segundo, causou preocupação ao tomar um carrinho frontal de Goméz. "Os caras chegam junto. Quem bateu no jogo, depois veio tirar foto", brincou.

Aplaudido pelo estádio inteiro, Neymar foi tietado pelos panamenhos. Tirou fotos com todos que pediram e deu sua camisa a Cummings. Hulk, companheiro de seleção, ganhou um presente melhor: a assistência de calcanhar para o terceiro gol.

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"Os adversários não esperavam, mas conhecendo a qualidade do Neymar, eu sabia que ele ia fazer aquilo. Deu um passe maravilhoso de calcanhar e eu tive de chegar finalizando bem", disse o atacante, que marcou seu primeiro gol no Brasil.

Para Neymar, o passe de calcanhar e o gol foram seus dois lances mais bonitos no jogo. Duas joias que transformaram vaias em aplausos e abriram o caminho para a esperada vitória brasileira. E Neymar ainda tem 30% a mais de futebol para apresentar na Copa...