A convocação da seleção brasileira para os amistosos contra Honduras e Chile teve uma sequência de sentimentos comum para o zagueiro Miranda, revelado pelo Coritiba e hoje destaque do Atlético de Madri. Da expectativa por ser chamado à frustração por ficar mais uma vez de fora, logo passando à esperança de estar na lista definitiva para a Copa do Mundo de 2014.
"Pelo alto nível em que venho jogando, ainda tenho esperança de ser chamado mesmo com a Copa estando tão perto", diz o paranaense de Paranavaí, de 29 anos, por telefone, da Espanha, onde vive o melhor momento da carreira, com a camisa do Atlético de Madrid.
Exatamente por causa desse alto nível de atuação Miranda tem respondido cada vez mais por que não é lembrado por Luiz Felipe Scolari. A exceção foi a primeira convocação, para o amistoso com a Inglaterra, em março. Entrou no segundo tempo da partida em Wembley, que terminou com derrota brasileira por 2 a 1. Depois, não voltou a ser chamado nem mesmo recebeu qualquer tipo de contato de Felipão ou do coordenador técnico Carlos Alberto Parreira.
"Onde eu vou, torcedores e imprensa se surpreendem e perguntam por que não sou chamado. Fico feliz com o reconhecimento e explico que há uma safra muito boa de zagueiros brasileiros", explica Miranda.
Dessa safra, considera que três nomes já têm vaga assegurada na Copa: Thiago Silva, David Luiz e Dante. Miranda briga pelo quarto posto com Réver (o escolhido na Copa das Confederações), Dedé, Henrique e, agora, Marquinhos, convocado para os amistosos. Para vencer a disputa, conta com o suporte de Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid, fundamental para seu crescimento desde o início da temporada passada.
"Ele me ajudou muito na parte tática. No Brasil a gente dá mais espaço para o adversário, pois o jogo é mais lento. Aqui eu aprendi a encurtar esses espaços, pois tudo é mais rápido. Foi a grande contribuição dele para o meu jogo", conta Miranda.
A melhora do brasileiro ajudou a dar solidez defensiva aos colchoneros. Foi o time menos vazado na edição passada da Liga Espanhola. Na temporada atual, tomou oito gols, um a mais que o Barcelona. O Barça lidera a competição, um ponto a mais que o Atlético. Miranda prevê para a última rodada do turno o bote para chegar a ponta, quando o clube recebe os culés no Vicente Calderón.
"E temos condições de seguir na briga até o fim. Estamos em nível que dá para se comparar a Barcelona e Real Madrid e um grupo forte que permitirá conciliar Liga Espanhola, Liga dos Campeões e Copa do Rei", garante.
Particularmente, Miranda acrescenta mais um campeonato entre aqueles que tomam sua atenção: o Brasileiro. Sempre que pode, assiste aos jogos do Coritiba, onde começou, e do São Paulo, onde ganhou projeção maior. "Torço pelos dois clubes. Estavam brigando para não cair, mas felizmente conseguiram algumas vitórias e já estão melhor", diz, sem prever um retorno para as duas casas. "Ainda não parei para pensar em sair da Europa, sou novo. Mas certamente, quando voltar ao Brasil, são dois clubes em que gostariam de jogar."
Por enquanto, a possibilidade mais próxima de Miranda jogar em um estádio brasileiro é com a seleção, ano que vem, pela Copa do Mundo. Mesmo com o tempo contra, ele segue acreditando.
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