Nada de pratos sofisticados ou pedidos inusitados. Arroz, feijão e bife costuma ser o cardápio preferido entre os jogadores da seleção brasileira, de acordo com Silvia Ferreira, nutricionista da equipe nacional desde 2001.
"Eles estão atrás do sabor de casa. Na maioria das vezes, jogam fora há anos e sentem saudade dos hábitos brasileiros, da comida daqui", disse nesta terça-feira (6) Silvia, durante evento de uma das patrocinadoras da seleção.
A partir do dia 26 de maio, quando ficarão concentrados na Granja Comary, os atletas passarão a seguir uma dieta especial, na qual o consumo médio de calorias diárias varia de 3000 a 4000 kcal - quase o dobro da recomendação para um adulto normal (entre 2000 a 2500 kcal/dia).
Isso porque, segundo a nutricionista, o gasto energético dos jogadores, que, geralmente, treinam em dois períodos, é muito elevado: um atleta que pesa 75 kg gasta em torno de 1200 a 1400 kcal só durante a atividade física.
No período da Copa, os três primeiros dias da concentração são dedicados a exames médicos, físicos e clínicos. Conforme os resultados obtidos nesses exames, é elaborado um cardápio generalizado, voltado às necessidades do grupo.
"Se alguém precisar de um trabalho individualizado, como para ganho de massa muscular, por exemplo, a gente vai incrementar um certo tipo de alimentação", explicou Sílvia. "Ou restringir, se for o caso."
Embora o consumo de doces, gorduras e frituras seja limitado, não existem "alimentos proibidos" na concentração. Bife à milanesa ou batata frita podem até servir de "recompensa" aos jogadores depois de uma partida difícil.
"Dentro de uma alimentação equilibrada, balanceada, a gente pode oferecer de tudo, desde que no momento certo. É possível permitir esses prazeres", acrescentou.
Campeã com a seleção em 2002, Silvia comemora o fato de a Copa-2014 ser realizada no Brasil. Ela contou que, na bagagem da equipe que viajou para o Japão e para a Coreia do Sul, havia goiabada, feijão e farinha -uma tentativa de minimizar as diferenças alimentares."A preocupação era tornar o ambiente o mais domiciliar possível. Aqui vai ser muito mais fácil."
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