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A empresa que ganhou todos os direitos sobre a seleção brasileira até 2022, a saudita ISE, está no centro de um escândalo financeiro. Uma auditoria indicou que a companhia é suspeita de ter pago, em uma operação de lavagem de dinheiro, US$ 14 milhões (cerca de R$ 28 milhões) a Mohamed Bin Hammam, ex-candidato à presidência da Fifa e que foi suspenso do futebol por denúncias de que tentou comprar votos.

Quatro meses antes de deixar a CBF, em março, Ricardo Teixeira fechou um acordo com a ISE dando direitos para que organizasse e administrasse jogos da seleção por dez anos. Mas o que chama a atenção é o fato de que o acordo de 2012 é 15% inferior ao de 2006. Por jogo,a CBF receberia US$ 1 milhão. Em 2006, recebeu US$ 1,15 milhão.

Bin Hammam, do Catar, teve o apoio de Ricardo Teixeira na votação para a Fifa e, nos últimos anos, a relação entre os dois ganhou novas dimensões. O Brasil disputou jogos no Catar e Teixeira ainda votou pelo país árabe para sediar a Copa de 2022.

Hammam era ainda o presidente da Confederação Asiática de Futebol e foi justamente uma auditoria realizada há poucos meses na entidade que revelou as transferências suspeitas entre a ISE e o cartola.

A auditoria foi preparada pela PriceWaterhouse Coopers (PwC) que constatou que US$ 2 milhões (R$ 4 milhões) pagos pela ISE em 2008 foram para o uso pessoal de Bin Hammam. Além disso, a empresa Al Baraka Investment - empresa relacionada à ISE - pagou mais US$ 12 milhões a Hammam.

O que gerou a suspeita é que o dinheiro transferido entre essas empresas e Bin Hammam passou justamente pelas contas da Confederação Asiática. "É nossa avaliação que a AFC (Confederação Asiática) tenha sido usada como um veículo para lavar recursos e que esses recursos foram creditados ao ex-presidente para um uso indevido. A AFC pode ter sido usada como veículo para lavar dinheiro e para o pagamento de propinas" indicou a auditoria.

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