Felipão ao lado de Marin na convocação da seleção| Foto: Mowa Press

Após surpreender com a convocação de veteranos, o técnico Luiz Felipe Scolari distribuiu elogios a Ronaldinho Gaúcho, Julio Cesar e Fred nesta terça-feira (22) e evitou comparações com o período da seleção comandado por Mano Menezes. Felipão, contudo, avisou que deverá aproveitar a base deixada pelo antecessor para montar a sua seleção brasileira.

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"Vamos modificar uma ou outra coisa, com base no que já tinha sido feito pelo treinador anterior. Já temos uma base. Não vou mudar muita coisa", declarou o treinador, logo após anunciar 20 convocados para o amistoso do Brasil com a Inglaterra, no dia 6 de fevereiro, em Wembley. "Tenho uma ideia de como vamos jogar, como vamos nos comportar".

Felipão pediu paciência antes das primeiras comparações entre a sua equipe e o time de Mano, que acumulou decepções e irregularidade nestes últimos dois anos. "Difícil fazer um parâmetro. Meu time ainda não foi testado. Não sei como dois ou três jogadores vão reagir. Só depois de três ou quatro amistosos vamos ter uma ideia sobre isso".

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Uma das diferenças foi a nova chance dada a Ronaldinho e Julio Cesar, desprezados por Mano em suas últimas convocações. "Queremos que o Ronaldinho jogue a bola que ele sabe jogar. Eu já tenho um pouco de convivência com ele. Mas quero um comportamento adequado de todos, atitudes com a seleção, dentro e fora de campo. Quero que sejam responsáveis".

A citação de Julio Cesar também surpreendeu. O goleiro da Copa de 2010 defende atualmente o modesto Queens Park Rangers, lanterna do Campeonato Inglês. "Ele está jogando muito bem lá em Londres. E acho que merece, sim, esta chance. Por tudo que vem fazendo no clube. Aos poucos vamos ver seu desenvolvimento na concentração e nos jogos", comentou Felipão.

Também mereceram elogios Neymar ("Melhor que ele e Ronaldinho, pouco são"), Hernanes ("Quero que ele jogue na seleção como está jogando na sua equipe") e Davi Luiz ("Tem qualidade no passe, na saída), além do estreante Dante, zagueiro do Bayern de Munique. "Vamos ter dois dias para conhecê-lo melhor, no treinamento tático, no amistoso. É ele que vai dizer se vai continuar ou não [nas próximas convocações]".

Felipão afirmou ainda que não pretende privilegiar jogadores por atuarem na Europa ou no Brasil. "Não vejo porque o jogador deixa de ser brasileiro só porque tá jogando no exterior. Não podemos chamá-los de 'não-brasileiros'. Isto é um absurdo. Eles também têm amor pelo País", declarou.

Em relação ao futuro time, que será formado a partir desta convocação inicial, o treinador evitou esboçar a equipe titular nos próximos amistosos. "Não é o momento de falarmos em equipe ideal porque esta é ainda a primeira [convocação]. Vamos observando as reações técnicas e psicológicas dos atletas. E só vamos ter uma melhor ideia de quem merece mais ou menos chances".

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O técnico, contudo, avisou que pretende chegar ao fim do ano com a equipe formada para a Copa do Mundo do próximo ano. "Neste ano é que vamos ter os principais jogos e vamos ter a possibilidade de organizar uma equipe. Em 2014, só deveremos ter um jogo. Neste ano, vamos fazer uns 10 jogos".

Ele ainda descartou estabelecer uma formação fixa para o time, com um centroavante dentro da área, com ficou sugerido com as convocações de Fred e Luis Fabiano. "Dentro da minha concepção, sempre gostei de ter um jogador mais enfiado, mais forte, perto da área. Mas podemos ter uma mudança tática. Nenhum dos dois é um jogador que só fica perto da área", afirmou. "Mas vamos por etapas, escolhendo qual será a melhor formação e as alternativas".