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Dentro de campo, Daniel Alves se esforça para parar Hulk: faltas para agradar Felipão | Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo
Dentro de campo, Daniel Alves se esforça para parar Hulk: faltas para agradar Felipão| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

O Brasil da Copa do Mundo será um time faltoso. Previsão com base no retrospecto da seleção brasileira dirigida por Luiz Felipe Scolari e nos treinamentos na Granja Comary.

Felipão tem insistido com os atletas na artimanha de "parar o jogo" dos adversários. Ontem, por exemplo, elogiou Fred quando o atacante derrubou Willian num contra-ataque dos reservas. "Valeu", gritou o técnico. No coletivo de sábado, a mesma orientação. "Mata a jogada lá", berrou Scolari. "Não deixa o lateral deles avançar. Não é feio fazer falta, não é feio encostar no outro", completou.

Peça fundamental no esquema, o volante Paulinho referenda: "Em alguns momentos é válido fazer uma falta. Não tem problema nenhum, mata o contra-ataque deles e a nossa equipe se reorganiza".

A estratégia não é nenhuma novidade. Em oito das últimas 12 partidas que realizou (11 vitórias e 1 derrota), o Brasil cometeu mais faltas que os oponentes, de acordo com o site Footstats. Acabou "parado" a mesma quantidade de vezes em duas. Menos em outras duas.

No total, a seleção brasileira cometeu 230 infrações, média de 19,1 por duelo. Os adversários fizeram 186, média de 15,5. Apenas os dados dos 6 a 0 sobre a Austrália, amistoso de setembro do ano passado, não foram computados.

Até diante de Honduras, um país de futebol primário, a seleção fracionou mais as ações. Na goleada por 5 a 0, em novembro, fez 24 faltas contra 14. Nos 2 a 0 sobre a Zâmbia, outra representação inexpressiva, em outubro, empate em 18 a 18.

Os inimigos poderosos também apanharam. Na conquista da Copa das Confederações, na decisão com a Espanha, o Brasil interrompeu o tiki-taka de Xavi e Iniesta com 25 faltas. Os visitantes pararam os anfitriões 16 vezes. Com um detalhe: em 11 dos 12 confrontos analisados os brasileiros obtiveram maior posse de bola. Ou seja, "bateram" mais em menos tempo.

Caso disputasse o Brasileiro, o conjunto de Scolari seria o 5.º mais faltoso considerando as médias até a 8ª rodada. Atrás somente de Coritiba (22), Sport (20,7), Atlético-MG (20,3) e Goiás (19,5).

A disposição para quebrar o ritmo tem provocado lances perigosos durante a preparação em Teresópolis. Quem tem sofrido é o atacante Bernard, rápido e baixinho, aquele que, segundo Felipão, tem a "alegria nas pernas". A estrela Neymar, por outro lado, tem sido "protegida". Ninguém quer entrar para a história como o responsável por alijar do Mundial a principal esperança na caminhada para o hexacampeonato.

"A gente chega forte, mas com inteligência. Estamos trabalhando para a Copa, se não tiver contato no treino, vamos sentir falta no jogo. Mas com inteligência para não machucar", fechou o zagueiro Dante.

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