Luiz Felipe Scolari gostou do rendimento do Brasil contra o México e deixou isso claro à sua maneira. Impaciente e com respostas curtas quando julgou necessário, o técnico da seleção brasileira atacou para defender que o time, ontem, melhorou em relação à estreia, contra a Croácia.
"Na minha opinião, não na dos críticos, o time jogou melhor do que contra a Croácia. Evoluiu no mínimo 10%", afirmou, logo após responder com "não concordo" e "o outro time que é bom" se o seu time não havia caído de produção.
Esse não foi o único momento da entrevista coletiva em que Felipão reclamou das críticas. Perguntado se "ainda confia no time", bufou e estufou o peito para dizer que a escalação é prerrogativa exclusiva dele, sem qualquer influência externa.
"Já disse dez vezes, vocês que fazem ilações, pensam A, B, C ou D. Eu só penso no que tenho de pensar e ponho a equipe que acho que tendo de por. Se vai classificar ou não, é um assunto meu. Vocês podem fazer 300 equipes que querem, mas não podem fazer diferença no meu pensamento", afirmou.
O discurso confiante se contrapõe ao uso de escalações que foram de um extremo a outro. Mesmo podendo escalar Hulk, preferiu uma formação mais forte no meio, com Ramires. No intervalo, abriu o time com a entrada de Bernard. E deixou no ar a possibilidade de outras mudanças para enfrentar Camarões, na última rodada da fase de grupos.
Sem a atuação nem os gols da partida inaugural, Neymar também foi defendido por Scolari. Bem marcado, o atacante teve desempenho discreto em Fortaleza, apesar de ter na cabeça e no pé direito duas das melhores chances brasileiras. Em ambas foi parado pelo goleiro Ochoa, eleito o melhor em campo.
"Neymar não ganha e não perde sozinho, faz parte de um grupo, tem potencial, nós sabemos disso", falou o técnico. "Com ou sem Neymar tentamos criar jogadas para ganhar", adicionou.
Peça central do time, Neymar não escondeu a emoção no momento do hino nacional cantado à capela por quase 60 mil pessoas no Castelão. Ele chorou copiosamente.
"Apesar do empate, vivi hoje uma das maiores emoções da minha vida...", escreveu o avante em sua página de Facebook. Sorteado para o antidoping, ele não deu entrevistas na zona mista, mas ganhou um admirador na equipe adversária enquanto esperava para fazer o exame.
"No doping conversando com um grande jogador e, ainda mais, grande ser humano", postou o meia mexicano Marco Fabian em uma foto com o brasileiro no Instagram.
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