Thiago Silva e o croata Ivica Olic no jogo desta quinta-feira| Foto: Damir Sagolj/Reuters

A seleção brasileira teve seu primeiro contato com a torcida brasileira na Copa do Mundo 2014 da mesma forma emotiva com a qual terminou a Copa das Confederações: ouvindo o hino nacional entoado e ecoando por todo o estádio, a ponto de emocionar visivelmente alguns jogadores.

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O capitão Thiago Silva não conteve as lágrimas e depois da partida contou que o choro foi consequência das palavras ditas ao time momentos antes de entrar no gramado da Arena Corinthians. Ele também afirmou que, apesar da emoção antes do jogo, o time começou "um pouco dormindo", enquanto o técnico Luiz Felipe Scolari preferiu destacar a capacidade de reação de uma equipe pouco experiente em Mundiais e a ajuda da torcida para virar o jogo contra a Croácia.

Thiago Silva afirmou que pediu a seus companheiros uma "estreia digna" para Felipão, que perdeu dois parentes recentemente – no dia 26 de maio, se ausentou dos treinamentos na Granja Comary para o enterro do cunhado Nei Canabarro Maia e há dois dias, seu sobrinho Tarcísio João Schneider morreu em um acidente de carro.

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"Tomei a palavra e pedi para a rapaziada fazer uma estreia digna para o nosso treinador. Porque nos últimos dias ele perdeu dois entes queridos da família. O coração [dele] estava triste. Tinha certeza que faríamos um bom jogo e sairíamos com a vitória. Por isso eu estava tão emocionado", disse.

Mas, sobre o gol sofrido aos 28 minutos, quando a Croácia tinha maior domínio da partida, o zagueiro comentou: "A equipe entrou um pouco dormindo. Por se tratar de uma estreia, tem a ansiedade, o nervosismo, eu pessoalmente, estava com um peso grande, você pensa "Se eu errar aqui, o mundo vai cair nas minhas costas", falou, destacando a personalidade que o time demonstrou em conseguir virar a partida.

Scolari, por sua vez, atribuiu a tranquilidade para reverter o placar à energia vinda das arquibancadas do Itaquerão. "O peso de não ter sentido o gol partiu da torcida. Nos dois, cinco, sete minutos, não assimilamos o gol, mas a torcida fez com que assimilássemos e se comportasse daquela forma", afirmou.

O técnico revelou também que na véspera da partida passou horas conversando com jogadores que estavam demonstrando sinais de ansiedade pela estreia na Copa. "Não pude ir para meu quarto normalmente porque tive de fazer um trabalho diferente porque vi que alguns jogadores poderiam estar sentido um pouco mais, pelo que me foi passado pela Regina [Brandão, psicóloga da equipe]."