A camisa da seleção brasileira, que era uma das mais procuradas no comércio popular do Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo, agora é oferecida a um preço promocional por conta da queda nas vendas em consequência da dolorosa derrota do Brasil nas semifinais perante a Alemanha.
A maioria dos produtos relacionados com a participação do Brasil no Mundial, especialmente as camisas, está agora em liquidação, disseram à Agência Efe os vendedores do Saara, o grande mercado popular do Rio de Janeiro.
"Só quem compra é turista (a camisa) e porque baixamos muito seu preço", assegura Lucia Santos, vendedora da loja esportiva LOOP, no coração do Saara.
"A maioria das lojas já retirou as camisas das vitrines. Nós ainda temos algumas expostas, mas já colocamos a maioria em caixas e as guardaremos para oferecê-las no próximo Mundial, daqui a quatro anos", acrescenta.
A derrota por 7 a 1 sofrida no estádio do Mineirão deixou nos brasileiros um desinteresse quase total, uma rejeição que é patente nestes dias em frente às lojas de produtos do Mundial pelas quais passam sem parar.
Elio Bittencourt, de 81 anos, que preside a associação de comerciantes do Saara e é dono da loja de artigos esportivos GMB Sports, disse que a derrota diante da Alemanha "representou um verdadeiro desastre".
As vendas, comenta, caíram estrondosamente no dia seguinte da partida. "Desde então não vendi praticamente nada da cor verde e amarela e agora estamos brigando para nos desfazer o mais rápido possível do estoque", relata.
O comerciante reconhece, no entanto, que as vendas já estavam baixas no começo da Copa. "Começamos vendendo menos do que esperávamos, como 30% abaixo das expectativas, mas hoje o negócio é praticamente zero. Em 52 anos que trabalho no Saara, este foi o Mundial mais frouxo em vendas", diz.
Dezenas de milhares de pessoas passam diariamente pelo Saara na busca de uma boa oferta. Nos últimos dias, os cartazes que anunciam a liquidação dos produtos do Mundial estão servindo para atrair os estrangeiros, a maioria deles com as malas quase feitas para retornar a seus países após a final.
No Saara tratam de comprar lembranças do Rio e da Copa a preços mais acessíveis do que nas lojas oficiais. Os argentinos são os mais numerosos e os que mais visitam as lojas na última semana.
"Nos disseram que aqui tudo é mais barato e viemos comprar cornetas ou qualquer coisa que faça muito barulho para ver a partida e celebrar nosso terceiro título mundial", comenta um deles sobre a expectativa para o resultado da final entre Argentina e Alemanha no próximo domingo, no Maracanã.
Outro argentino no Saara carrega um copo de cerâmica alusivo ao Mundial enquanto pergunta onde pode comprar um chaveiro com a figura do Cristo Redentor.
As cangas de praia são um dos artigos que melhor estão aguentando este recesso consumista. As que mais são vendidas nestes dias são as feitas com as cores das bandeiras nacionais.
Um carioca que adquiriu uma canga ilustrada com a bandeira alemã afirma que seu maior desejo agora é "que Müller e companhia repitam, contra a Argentina, a goleada que aplicaram em nós".
Hoje a camisa do Brasil, inclusive a que estampa o 10 de Neymar, podia ser comprada no Saara por R$ 19,90, R$ 10 a menos que antes da goleada. Mas nem isso será suficiente e Elio Bittencourt prevê que, "a partir da semana que vem, os preços vão cair 20% ou 30% a mais".
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