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 | Hugo harada
| Foto: Hugo harada

William

Traumatizada pela contusão de Neymar, a seleção brasileira levou um susto no treino de ontem, na Granja Comary. O meia Willian, possível substituto do camisa 10, deixou a atividade sentindo dores nas costas.

O jogador sofreu um choque com o volante Hernanes, ficou caído no gramado e saiu reclamando de um incômodo no mesmo local em que Neymar foi atingido contra a Colômbia. A impressão inicial era de não ter sido algo grave.

Hoje o técnico Luiz Felipe Scolari começa a preparar a equipe para enfrentar a Alemanha. O jogo de semifinal será na próxima terça-feira, em Belo Horizonte. Além de Willian, o volante Ramires também é cotado para entrar no time. Outro problema é o desfalque de Thiago Silva, suspenso. Dante deve ganhar uma chance.

O Comitê Disciplinar da Fifa abriu ontem investigação sobre o lance que excluiu Neymar da Copa do Mundo, no triunfo do Brasil sobre a Colômbia (2 a 1). A entidade estuda se deve ou não aplicar uma punição ao lateral-direito colombiano Camilo Zúñiga, autor do lance que machucou o camisa 10.

Já nos minutos finais do confronto, na sexta-feira, em Fortaleza, o camisa 13 colombiano acertou uma joelhada nas costas do brasileiro, provocando a fratura da terceira vértebra da coluna. O árbitro do duelo, o espanhol Carlos Velasco Carballo, nada fez.

Nos bastidores, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pressiona para que ocorra uma punição equivalente à sofrida por Luis Suárez. O uruguaio foi suspenso por 9 jogos e 4 meses por morder Chiellini na vitória sobre a Itália (1 a 0), válido pela primeira fase do Mundial.

Enquanto a resposta não é conhecida (não existe um prazo), Zúñiga já foi declarado culpado por torcedores brasileiros nas redes sociais. Ontem, ameaças de morte e insultos racistas invadiram os perfis do cafetero.

No Instagram, nem mesmo a imagem da filha pequena do atleta escapou. Foram publicados comentários como "menina vai ser estuprada", "ela é outra bosta igual o pai", "que merda de filha kkkk feia que dói".

No Twitter, centenas de mensagens escritas em português se referiam ao colombiano como "macaco" e "monstro". O mesmo tipo de conteúdo era possível encontrar na página pessoal dele no Facebook.

Zúñiga publicou um pedindo desculpas pelo lance: "Lamento de maneira profunda a triste lesão de Neymar. Sinto pesar por essa situação ter sido resultado de uma ação normal de jogo, a qual não decorreu de má intenção. Eu te admiro, respeito e considero um dos melhores jogadores do mundo."

O texto termina: "À torcida brasileira, que hoje vê um de seus jogadores, um ser humano exemplar, fora da festa da Copa, envio uma mensagem especial e agradeço a todos que apoiaram a seleção colombiana nas partidas no Mundial."

A atitude não diminuiu a atenção dada ao caso nas redes sociais. A repercussão dos xingamentos, entretanto, fez algumas postagens serem deletadas pelos usuários. Criou ainda uma movimentação em sentido contrário, de pessoas reprovando a onda de violência.

O ex-atacante Ronaldo também se envolveu na polêmica, e afirmou que Zúñiga teve a intenção de machucar Neymar. "Não foi uma jogada normal de futebol, não visava a bola, visava machucar o companheiro", comentou o Fenômeno, em entrevista coletiva realizada no Maracanã, ontem pela manhã.

Pertencente ao Napoli, com contrato até 2019, o lateral-direito deixa a competição valorizado no mercado da bola, apesar da controvérsia em torno da falta em Neymar. Real Madrid e Barcelona já demonstraram interesse pelo jogador.

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