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James Rodríguez, à direita, nega ser protagonista no time da Colômbia | Paulo Whitaker / Reuters
James Rodríguez, à direita, nega ser protagonista no time da Colômbia| Foto: Paulo Whitaker / Reuters

O meio-campista James Rodríguez vai disputar sua primeira Copa do Mundo pela Colômbia e não terá missão fácil. Vai usar a camisa 10, que no passado vestiu Carlos Valderrama em três Copas do Mundo (1990, 1994 e 1998).

Apontado no país como uma das estrelas da seleção, Rodríguez afastou de si, nesta segunda-feira (9), o protagonismo do time. Disse que o conta é o grupo e que todos estão preparados para superar seis ausências inesperadas no Mundial.

A principal delas é a do atacante Falcao García, com lesão no joelho esquerdo. "Eu tenho consciência da minha responsabilidade, mas somos 23 jogadores com qualidade. Em um Mundial temos de ser um grupo. Não são dois ou três jogadores, mas sim um grupo", disse Rodríguez, em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (9), em Cotia.

Além de Falcao, a Colômbia perdeu os zagueiros Aquivaldo Mosquera e Luis Perea, o volante Edwin Valencia, o lateral direito Stefan Medina e o meia Aldo Ramírez. Todos estavam cotados para disputar o Mundial no Brasil.

Rodrigues também falou sobre a possibilidade de encontrar o Brasil nas quartas de final da Copa. Disse que é um sonho, mas que antes a Colômbia terá de eliminar três fortes rivais.

"Jogar com os donos da casa seria um sonho. Nossa torcida crê que vamos fazer uma boa campanha e nós também estamos confiantes. Mas nossa chave é muito equilibrada, com Grécia, Japão e Costa do Marfim. Temos de nos preocupar com essas equipes primeiro", disse.

A Colômbia estreia na Copa dia 14 contra a Grécia. Depois vai jogar com Costa do Marfim e Japão. Se avançar, terá como rival nas oitavas um dos classificados do Grupo D (Costa Rica, Inglaterra, Itália ou Uruguai).

Nos braços do povo

Em seu primeiro treino no Brasil, a equipe do técnico José Néstor Pékerman sentiu-se em casa durante a atividade em Cotia.

Na estimativa dos organizadores, 1.300 torcedores foram ao centro de treinamento do São Paulo para ver o treino. As arquibancadas vermelhas do estádio são-paulino até mudaram de cor. Ficaram amarelas -cor predominante no uniforme principal da Colômbia.

Gritos em apoio à seleção e aos jogadores também dominaram o cenário. Também havia muitos com perucas que lembravam o ex-jogador Valderrama.

A maioria dos presentes eram colombianos, alguns residentes no Brasil e outros que encararam mais de seis horas de avião do país natal até São Paulo. Mas havia também brasileiros, curiosos para conhecer uma das melhores gerações do futebol vizinho.

José Balbuena, 39, foi um dos que se aventurou para ver a seleção cafeteira. "Cheguei na madrugada desta segunda-feira. Já vim direto para o CT ver o treino. Só depois vou procurar um hotel. Aliás, você pode me indicar um?", disse Balbuena à reportagem.

Natural de Cali, Balbuena aposta que a geração atual da Colômbia pode fazer um bom Mundial e superar o time dos anos 1990, que chegou até as oitavas de final. Tem como ídolo o ex-jogador Valderrama, mas do time atual gosta do meia Jackson Martinez, o camisa 10.

Já Robinson Posso, 33, é colombiano, mas mora em São Paulo há quatro anos. Estava animado ao ver pela primeira vez a seleção de seu país pessoalmente. E vê na geração atual potencial para fazer uma grande Copa após 16 anos da última participação -desde 1998.

"Ficamos 16 anos sem disputar. Não acho estranho ver as pessoas tão animadas e empolgadas como agora. Eu tenho ingressos para os três jogos da Colômbia na primeira fase [Grécia, Costa do Marfim e Japão]. Espero não me frustrar", disse Posso.Os dois torcedores entrevistados pela reportagem estavam acompanhados. A maioria estava ao lado de familiares ou amigos. O clima era de empolgação e festa.

Sem considerar o Brasil, a Colômbia foi o quinto país que mais comprou ingressos para a Copa do Mundo, com 54.477. Ficou atrás de EUA, Argentina, Alemanha e Inglaterra.Mas em meio ao clima de festa foi possível encontrar torcedores preocupados.

Por exemplo, Jeferson González, 25, que veio de Bogotá e estava apreensivo ao falar com a reportagem. "Temo não conseguir me comunicar. Não sei inglês e português e muitos brasileiros não falam espanhol. Vou ficar até o final da Copa. Acho que vou ter de aprender seu idioma", disse.

E nem tudo foi pacífico. Já no final do treino houve um princípio de confusão. Dois colombianos, integrantes de um quinteto de mochileiros, se desentenderam com outros torcedores. Não houve briga porque os seguranças agiram e retiraram os cinco mochileiros.

O público que estava próximo da confusão chegou a afirmar que um dos torcedores afastado pelos seguranças estava com um estilete. A versão foi desmentida pelos organizadores do evento e pelo agente da Polícia Federal, David Peixoto, já do lado de fora do treino.

"Houve uma revista antes do treino e só encontramos uma chave de fenda, que obviamente foi retirada do grupo. Ou seja, eles entraram dentro do CT sem nenhum objeto perigoso. Lá dentro eles se desentenderam com outros torcedores e falaram que eles poderiam estar com uma arma branca, mas não encontramos nada. Os cinco estão com a documentação correta", disse Peixoto.

Peixoto também explicou que o quinteto seria liberado após a saída dos demais torcedores. A medida foi adotada para evitar brigas na região do CT são-paulino.

Treino

O treino no gramado do CT de Cotia foi realizado em campo reduzido com todos os jogadores e mais quatro integrantes das categorias de base do São Paulo.A torcida local vibrou com os gols de Jackson Rodríguez e Teófilio Gutierrez, duas das estrelas da equipe colombiana. Também homenagearam Mondragón, o goleiro reserva de 42 anos e único da equipe atual a ter disputado uma Copa do Mundo.

Nesta terça-feira (10), a seleção da Colômbia volta a treinar as 15h. Deve ter como reforço a equipe de base do São Paulo a pedido do técnico Pékerman.

O primeiro jogo da equipe na Copa será dia 14 contra a Grécia. Depois enfrenta Costa do Marfim e Japão, todos adversários do Grupo C.

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