O frio intenso que atingiu Curitiba ontem completou o clima de melancolia do primeiro treino da Espanha em solo curitibano após a eliminação precoce da Copa 2014. Com o silêncio da delegação espanhola desde que desembarcou no Aeroporto Afonso Pena, restou aos jornalistas espanhóis explicar o que se passa com a Fúria.
Todos concordam com a necessidade de renovação, mas o consenso para por aí. Há diversas explicações para os sete gols sofridos e apenas um marcado nos dois primeiros jogos da Copa com duas derrotas e a desclassificação antecipada. Desgaste físico dos principais jogadores e falta de vontade de alguns atletas estão na lista dos mais citados. Tabu mesmo é questionar o estilo de troca de passes constante, o tiki-taka. Por mais que os indícios indiquem seu fim.
Nesta temporada, o Bayern de Munique, de Pep Guardiola, pai desse sistema de jogo, sofreu derrota acachapante para o Real Madrid na semifinal da Copa dos Campeões; e o Barcelona, principal escola desse modelo, não venceu nenhuma das grandes competições que disputou. A precoce eliminação espanhola, assim, parece apenas a pá de cal sobre a cova cavada por um estilo em xeque desde a derrota por 3 a 0 para o Brasil, na final da Copa das Confederações.
"Essa eliminação foi surpreendente para todos porque são grandes jogadores. Podemos explicá-la mais pelo desgaste físico de atletas do Barça, Real e Atlético [de Madrid]. Mas alguns jornalistas defendem que pode ter faltado vontade para alguns dos atletas", explica Javier Estepa, jornalista do periódico Marca.
Outro ponto muito comentado na noite de ontem no CT atleticano foi a continuidade de Vicente Del Bosque no comando espanhol. "Entre a imprensa, é ponto comum que ele deve continuar", apontou Estepa, para quem Thiago Alcântara (Bayern), Carvajal (Real Madrid) e Koke (Atlético de Madrid) fazem parte da nova safra que deve despontar na Fúria.
Algumas das respostas a essas dúvidas devem passar a ser dadas hoje, a partir das 11h30, horário da atividade que começará a definir qual Espanha enfrentará a Austrália na Arena da Baixada, segunda-feira, às 13 horas, na melancólica despedida do Brasil. O silêncio será quebrado em uma coletiva de imprensa.
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