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Se não tomar gol na partida, Casillas bate o recorde do italiano Walter Zenga, que ficou 517 minutos sem sofrer gols na Copa de 90 | Hugo Harada, enviado especial/ Gazeta do Povo
Se não tomar gol na partida, Casillas bate o recorde do italiano Walter Zenga, que ficou 517 minutos sem sofrer gols na Copa de 90| Foto: Hugo Harada, enviado especial/ Gazeta do Povo

Estratégia

Apesar de fracassos recentes, Espanha não abre mão do "jogo de paciência"

A temporada sem títulos do Barcelona, e o fracasso da seleção na Copa das Confederações, não foram suficientes para a Espanha procurar uma alternativa ao tiki-taka. No Brasil, La Roja segue convicta ao consagrado estilo de jogo de posse de bola.

Peça-chave no sistema, tanto no Barcelona, quanto defendendo seu país, o meia Xavi comenta: "Nossa opção é clara. Ser o protagonista, deter a bola. Seria um erro mudar isso. Tivemos muito sucesso e os jogadores se adaptam a essa filosofia. Vamos ganhar ou morrer com o nosso estilo."

Nem mesmo a escalação de Diego Costa, atacante que joga como referência dentro da área, é capaz de alterar a estratégia do time de Vicente Del Bosque, que estreia contra a Holanda, hoje, às 16 horas, na Fonte Nova.

"Não muda nada atuar com ou sem um jogador dentro da área. Nós já usamos as duas fórmulas e ambas deram resultados. Temos jogadores para qualquer ideia, dentro das nossas características", analisa o comandante da Fúria.

O treinador não quis confirmar a presença do brasileiro naturalizado espanhol como titular, nem as demais posições da equipe. "Não estou querendo esconder nada, quero apenas que todos estejam prontos", justifica, mantendo o suspense.

  • O holandês Robben ainda sofre com as lembranças da derrota na final de 2010

Quatro anos depois, Espanha e Holanda se reencontram na Copa do Mundo. Em 2010, na África do Sul, os dois países fizeram a final, com vitória dos espanhóis, por 1 a 0, gol de Iniesta. Hoje, às 16 horas, estreiam no torneio, na Fonte Nova, na Bahia.

INFOGRÁFICO: Confira as escalações de Holanda e Espanha

O confronto europeu é especial também para o Brasil. Os classificados do Grupo B jogarão com os do A, dos brasileiros, logo nas oitavas de final. Entretanto, os adversários desta tarde em Salvador preferem não tratar do futuro.

Do passado recente, entretanto, não há como fugir. "Foi, sem dúvida, o grande momento das nossas carreiras", afirma Xavi Hernández, meia de La Roja e do Barcelona. Daquela partida, a única entre as duas seleções até então em Mundiais, a Espanha deve repetir sete titulares. O goleiro Casillas, os zagueiros Piqué e Sérgio Ramos, os volantes Busquets e Xabi Alonso e os meias Iniesta e Xavi. Vicente Del Bosque segue como o treinador.

Geração que conquistou o primeiro título mundial do país e duas Eurocopas (2008 e 2012) e verá boa parte de seus craques disputando em solo brasileiro sua última Copa. Casillas, Xabi Alonso, Iniesta e Xavi já romperam a barreira dos 30 anos. Pesa ainda sobre as costas dos veteranos manter a hegemonia: "Defender o título nos motiva. Faz quatro anos que a Espanha é a melhor seleção do mundo. Mas mantemos a ambição, a vontade, a humildade que nos fez campeões", diz Casillas.

O camisa 1 do Real Madrid está a 84 minutos de quebrar o recorde de Walter Zenga na competição. Em 1990, o arqueiro italiano permaneceu 517 minutos sem sofrer gols. O espanhol acumula 433 minutos – a última vez que foi buscar a bola na rede foi no 2 a 1 diante do Chile, na fase inicial do Mundial passado.

Por sua vez, a Laranja sofreu reformulação geral. Dos titulares na finalíssima em Johannesburgo, quatro devem atuar hoje. São os destaques Sneijder, Robben e Van Persie, além do botinudo De Jong. Louis Van Gaal substitui Bert van Marwijk no comando técnico de um conjunto rejuvenescido.

Ao contrário dos oponentes, as recordações maltratam os holandeses. "Eu penso muito em 2010. Dói perder uma chance", comenta o atacante Robben. Apesar disso, o atleta do Bayern de Munique não alimenta vingança. "Não acredito nisso. É algo totalmente novo. Estamos apenas no início."

Entretanto, quase todas as perguntas na entrevista coletiva concedida ontem buscaram aspectos do duelo derradeiro na África. E, mais de uma vez, foram lembradas as faltas duras cometidas pelos perdedores – numa delas, De Jong cravou as travas da chuteira no peito de Xabi Alonso e tomou só cartão amarelo.

Questionado sobre o comportamento violento, Van Gaal teorizou. "A resistência física faz parte do futebol. E há quatro anos entendo que não fomos além do limite."

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